
Prisões
Os 12 mandados de prisão preventiva, nove de busca e apreensão e 14 de bloqueio de contas e indisponibilidade de bens, expedidos pela 11ª Vara Federal do Ceará, tinham como alvos os membros da cúpula da quadrilha - a qual era bastante numerosa, segundo o delegado. Todos são homens, a maioria cearense e com aproximadamente 30 anos. Os nomes dos investigados não foram revelados pela PF. Quatro alvos dos mandados de prisão, inclusive a liderança máxima da quadrilha, já estavam detidos nos Estados Unidos. A PF informou que eles irão responder pelos crimes praticados nos EUA e, apenas quando voltarem ao Brasil, as ordens de detenção da Justiça Federal poderão ser concretizadas. Os mandados foram cumpridos em Fortaleza, Caucaia e Beberibe, no Ceará, além da capital de São Paulo. Os suspeitos se dispersavam geograficamente, mas levavam um alto padrão de vida, inclusive com imóveis e veículos luxuosos. Alguns deles já tinham passagem pela Polícia por estelionato, receptação e tentativa de homicídio. Documentos, mídias, aparelhos celulares e até uma arara foram apreendidos pelos policiais. Os presos irão responder pelos crimes de furto qualificado pela fraude, associação criminosa e lavagem de dinheiro, de acordo com o nível de participação. O homem que criava a arara ilegalmente, em Beberibe, tentou arremessar o animal para outra propriedade, mas não evitou a apreensão e também foi autuado em flagrante por crime ambiental. Com as prisões dos estelionatários nos EUA, a partir de 2016, a quadrilha entrou em declínio no ano seguinte e diminuiu sua atuação. O adido policial do Consulado dos EUA, Jason Gardner, ressaltou que o Governo norte-americano aumentou a segurança contra fraudes com cartões com a inclusão de chips eletrônicos em 2016 (o que já é utilizado no Brasil há mais tempo) e agradeceu o apoio da PF em na desarticulação da quadrilha internacional: "Agradecemos à Polícia Federal e nossos outros parceiros policiais nos Estados Unidos. Este é mais um exemplo da nossa cooperação bilateral, que continua a combater organizações criminosas transnacionais em prol de nossos objetivos comuns de segurança". Somente a Caixa Econômica Federal (CEF) reportou à PF um prejuízo de US$ 18,5 milhões por fraudes com cartões cometidas no país americano, entre os anos de 2014 e 2018. Deste valor, os investigadores identificaram que pelo menos US$ 1 milhão foi furtado por essa associação criminosa, mas acreditam que o rombo seja maior. Com informações do Diário do Nordeste.