
Demorou 35 anos para que um estúdio tomasse coragem para fazer um novo filme do Blade Runner, nesse caso aqui uma sequência do filme original de 1982 dirigido por Ridley Scott.
Dessa vez, quem comanda o espetáculo de ficção-científica é o canadense Denis Villeneuve, que responde a algumas questões importantes do original mas também dá um toque moderno ao impresionante mundo desse clássico cult que Ridley Scott construiu.
O resultado é maravilhoso e tudo funciona muito bem como aconteceu com Mad Max: Fury Road, de george Miller, que recebeu 6 prêmios Oscar no ano passado. A história, a roteiro, a trilha sonora, as personagens, o visual. O visual é uma réplica do original, claro que com o avanço da tecnologia, ele ficou perfeito, limpo, completo.
A trama acontece 30 anos após os acontecimentos do primeiro filme, onde a humanidade está novamente ameaçada, e dessa vez o perigo pode ser ainda maior. Isso porque o oficial K, interpretado por Ryan Gosling, desenterrou um terrível segredo que tem o potencial de mergulhar a sociedade no completo caos. A descoberta acaba levando-o a uma busca frenética por Rick Deckard, papel de Harrison Ford, desaparecido há 30 anos. Harrison Ford repete sua personagem nessa continuação.
Direção

Voltamos ao diretor, que já mostrou em alguns de seus trabalhos anteriores, Sicario de 2015 e Arrival de 2016, ser altamente qualificado para a função. Além disso, ele reuniu e se cercou de um grupo de pessoas talentosas para realizar esse longa. O ‘look and feel’ de Blade Runner 2049, muito parecido com o original, Denis conseguiu inovar ainda mais com as imagens cinematográficas de Roger A. Deakins, diretor de fotografia. Além de transcrever para nossos ouvidos, uma trilha sonora exclusica e única desenvolvida por Hans Zimmer e Benjamin Wallfisch.
Figurino
O figurino desenvolvido por Renée April é impecável. Ela conseguiu refletir a história nos tecidos, cores e texturas usadas para cada um das personagens. A jaqueta de couro K ou o paletó, estilo japonês, de Niander Wallace, personagem de Jared Leto. Só abrindo um parênteses aqui, Wallace é o vilã da história, e a interpretação de Jared está excelente e funcionou bem com a história.

Outro ponto que Denis não deixou de fora foi o empoderamento feminino tão presente na versão de Ridley Scott. Aqui temos: as atrizes Robin Wright como a poderosa Tenente Joshi, Ana de Armas como Joi, a namorada virtual do policial K, e a sexy, má, o braço direito do vilão, Luv, interpretada por Sylvia Hoeks. Todas muito fortes, decididas, lindas e poderosas.
O roteiro, bem realista e compreensível, foi escrito por Hampton Fancher e Michael Green. As personagens são baseadas no livro ‘Do Androids Dream of Electric Sheep?’ do americano Philip K. Dick. E, para ter essa experiência cinematográfica e não se decepcionar, procure a melhor sala de cinema da sua cidade, tipo IMAX, equipada com Dolby Atmos. Blade Runner 2049 entra em cartaz nesta sexta, 6 de outubro.