Em meio a disputas judiciais sobre deportações, o ex-presidente Donald Trump afirmou que imigrantes indocumentados não devem necessariamente ter direito a julgamento antes de serem expulsos dos EUA. Em entrevista no Salão Oval, ele declarou: “Temos milhares de pessoas prontas para serem removidas. Não é possível fazer um julgamento para cada uma delas”. Ele também argumentou, em sua rede social, que isso levaria "200 anos", sendo algo inviável.
Trump justificou a postura afirmando que muitos dos deportados seriam criminosos perigosos ou pessoas com transtornos mentais, e que permitir julgamentos individuais colocaria o país em risco. As declarações surgem logo após a Suprema Corte bloquear temporariamente a deportação de um grupo de imigrantes venezuelanos acusados de envolvimento com gangues, com base na Lei dos Inimigos Estrangeiros de 1798.
A decisão foi criticada pela administração Trump, que pediu aos juízes que deixem tribunais inferiores decidirem o caso. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) afirmou que os migrantes estavam prestes a ser deportados sem aviso ou chance de defesa, o que violaria decisões anteriores da própria Suprema Corte.
O caso mais emblemático no momento é o de Kilmar Abrego Garcia, migrante que vivia em Maryland e foi erroneamente deportado para a superprisão CECOT, em El Salvador. Embora o governo o acuse de ser membro da gangue MS-13, sua família e advogados negam. Parlamentares democratas têm pressionado pela sua libertação e criticam Trump por violar direitos constitucionais básicos, como o devido processo legal.
Fonte: CBS