A Avelo Airlines, uma companhia aérea de baixo custo, anunciou que assinou um contrato para realizar voos de deportação a partir do estado do Arizona, com início em maio. Andrew Levy, fundador e CEO da Avelo, confirmou que a empresa fará esses voos para a Agência de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE) do Departamento de Segurança Interna dos EUA, como parte de um “programa de charter de longo prazo” para apoiar os esforços de deportação da agência. Levy explicou que a decisão foi tomada para ajudar no crescimento da empresa e proteger os empregos.
O CEO reconheceu que essa é uma questão sensível e complexa. Os voos, tanto domésticos quanto internacionais, serão realizados com três aeronaves Boeing 737-800 e terão como base o Aeroporto Mesa Gateway, no Arizona.
Em um anúncio de vaga de emprego para a operação no Arizona, a Avelo declarou que os voos "serão tanto domésticos quanto internacionais, para apoiar os esforços de deportação do DHS".
Tom Cartwright, analista de dados de voos do grupo de defesa Witness at the Border, que acompanha de perto as atividades de imigração, afirmou que não tem conhecimento de nenhuma outra companhia aérea comercial que tenha realizado esse tipo de voo para o ICE nos últimos cinco anos. Ele considerou a decisão da Avelo “inusitada”, já que normalmente empresas charter (que não são muito conhecidas pelo público em geral) realizam esses voos.
Cartwright explicou que as empresas charter podem operar voos com todos os passageiros sendo migrantes ou deportados hoje e, no dia seguinte, fazer voos para eventos como o Masters de Golfe. “Elas não vendem passagens de forma varejista como a Avelo faz”, afirmou.
Em New Haven, Connecticut, de onde a Avelo opera, o prefeito democrata Justin Elicker expressou sua oposição à decisão, dizendo que ligou para Levy no fim de semana e pediu que reconsiderasse a parceria. Ele afirmou que a decisão da Avelo de realizar voos de deportação é "profundamente decepcionante e perturbadora", e que a atitude vai contra os valores da cidade. "Viajar deveria ser sobre unir as pessoas, não separar famílias", afirmou.
O grupo local de defesa dos imigrantes, New Haven Immigrants Coalition, está incentivando as pessoas a assinar uma petição online pedindo o boicote à companhia aérea.
Fonte: ABC