Com indicações nas categorias de Melhor Filme em Língua Não Inglesa e Melhor Atriz, pela interpretação de Fernanda Torres como Eunice Paiva, o longa dirigido por Walter Salles ganhou uma enorme comoção nas redes sociais pela possibilidade da vitória na disputa que dá início à corrida do Oscar.
Em uma corrida acirrada, ao lado de grandes nomes do cinema como Angelina Jolie (pelo filme "Maria"), Nicole Kidman ("Babygirl"), Tilda Swinton ("O Quarto ao Lado"), Pamela Anderson ("The Last Showgirl") e Kate Winslet (por "Lee"), a carioca Fernanda Torres foi a grande vencedora. Uma vitória inesquecível para nós brasileiros e para o Brasil. Foi também inesquecível porque ela recebeu a estatueta da atriz americana Viola Davis, que tem uma conexão forte com o Brasil. Viola já foi ao Brasil várias vezes, tem projetos por lá e ama nossa cultura.
Ao subir no palco, a atriz, que estava surpresa e emocionada com a conquista, brinca: "Não preparei nada, porque já estava grata o suficiente. Esse é um ano incrível para as performances femininas. Tantas atrizes aqui que admiro tanto", disse com um sorriso no rosto. "Quero agradecer ao Walter Salles, meu parceiro, meu amigo. Que história, Walter! E claro, quero dedicar esse prêmio a minha mãe que esteve aqui há 25 anos (na verdade, 26 anos). Isto é uma prova que a arte dura na vida até durante momentos difíceis como na vida da incrível Eunice, que interpreto", afirma. "Esse é um filme que nos ajuda a refletir como sobreviver em tempos difíceis como os atuais", continua.
"Ainda Estou Aqui" ('I'm Still Here', título em inglês) entra em cartaz nos cinemas por aqui, no dia 17 de janeiro. O longa é uma adaptação cinematográfica do livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, que narra a emocionante trajetória de sua mãe, Eunice Paiva, durante a ditadura militar no Brasil. Ambientada em 1970, a história retrata como a vida de uma mulher comum, casada com um importante político, muda drasticamente após o desaparecimento de seu marido, capturado pelo regime militar. Forçada a abandonar sua rotina de dona de casa, Eunice se transforma em uma ativista dos direitos humanos, lutando pela verdade sobre o paradeiro de seu marido e enfrentando as consequências brutais da repressão.
O filme explora não apenas o drama pessoal de Eunice, mas também o impacto do regime militar na vida de milhares de famílias brasileiras, destacando o papel das mulheres na resistência. Com uma narrativa profunda e sensível, Ainda Estou Aqui traz à tona questões de perda, coragem e resiliência, enquanto revisita um dos períodos mais sombrios da história do Brasil. A obra é um tributo à força de Eunice Paiva, que, contra todas as adversidades, se torna uma figura central na luta pelos direitos humanos no país.
No papel de Eunice estão Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, na fase mais madura da personagem. Selton Melo faz o deputado Rubens Paiva. Também estão no elenco Dan Stulbach, Camila Márdila, Thelmo Fernandes, Marjorie Estiano, Maeve Junkings, entre outros. O roteiro adaptado foi escrito por Murilo Hauser e Heitor Lorega e foi premiado no Festival de Veneza esse ano.
