Praticar exercícios físicos na gravidez traz uma série de benefícios para a mãe e para o bebê. A gestante adquire força e resistência e os incômodos do período, como dores nas costas, inchaço e prisão de ventre, são amenizados.
De acordo a Dra Ivani Manzzo (PhD em fisiologia do exercício e especializada em gestantes), muitas gestantes temem realizar atividade física, preocupadas com o aborto e o peso da criança ao nascer. Com relação ao aborto, todos os estudos que foram feitos com gestantes e exercícios mostraram que o exercício não promove o aborto. Claro que esses estudos foram feitos dentro de parâmetros de segurança e, assim, podemos dizer que se esses mesmos parâmetros forem seguidos, não haverá risco de aborto. A gestante deve buscar um profissional de educação física que tenha estudado gestação e exercício em cursos de especialização e aprofundamento. Assim, esse profissional terá o conhecimento necessário para avaliar a condição física materna e os exercícios mais apropriados para o período e para ela.
A gestante apresenta algumas particularidades que devem ser levadas em conta na hora de prescrever os exercícios. Por exemplo, há a liberação de um hormônio chamado relaxina, que causa frouxidão dos ligamentos e, assim, as articulações ficam mais frágeis, levando a entorses e possíveis quedas. Devido ao edema, pode ocorrer compressão de nervos resultando em dormências e dores. Enfim, a gestação traz uma série de modificações fisiológicas, que se não forem profundamente conhecidas pelo educador físico, poderão trazer risco e desconforto para a gestante.
A conclusão a que chegamos é que a presença do educador físico e do obstetra são mesmo indispensáveis. Porém, tão importante quanto a prática de exercícios durante a gestação é o conhecimento dos sinais e sintomas que, se percebidos pela gestante e/ou pelo educador físico durante os exercícios, servem como alerta para que o mesmo seja interrompido. A gestante deve ter conhecimento também para que possa alertar o professor e o médico dos seus sintomas.
São eles: dor em qualquer parte do corpo, contrações uterinas (com intervalos de 15 minutos ou menores), hemorragia vaginal, perda de líquido amniótico, vertigens, fraqueza, diminuição da frequência respiratória, palpitação, taquicardia, náuseas e vômitos persistentes, dor na púbis e/ou na parte inferior das costas, dor nos quadris, dificuldade em caminhar, distúrbios visuais, paralisação dos movimentos fetais. A proximidade da gestante, do educador físico e do obstetra é a melhor forma de conduzir a prática de exercícios nesse período. Se isso for seguido, a gestante e seu bebê irão obter muitos benefícios trazidos pelo exercício.
