O economista-chefe da Standard & Poor’s em New York, David Wyss, disse na terça-feira, 16, que os Estados Unidos estão em recessão, mas que ela deve acabar na próxima primavera no Hemisfério Norte, o que significa dizer no 2º trimestre de 2009. “A recessão será suave”, garantiu.
Segundo Wyss, a crise está mais concentrada em Wall Street, uma vez que, além do mercado imobi-liário, os estragos têm sido maiores no setor financeiro. “O impacto fora do setor imobi-liário tem sido relativamente limitado”, afirmou à Agência Estado.
Wyss disse que, após o crescimento forte da economia norte-americana de 3,3% no 2º trimestre deste ano, o PIB deve desacelerar para 1,5% no 3º trimestre e ficará negativo no 4º trimestre deste ano e 1º trimestre de 2009.
A sua avaliação é de que com a queda do preço do petróleo a inflação passa a ser um problema menor. O índice de preços ao consumidor (CPI), divulgado nesta terça, mostra que os preços de energia caíram 3,1% em agosto, o maior declínio desde outubro de 2006. Os preços de gasolina recuaram 4,2% e os de gás natural, 5,8%.
O CPI caiu 0,1% em agosto ante julho, revertendo parte da alta de 0,8% no mês anterior. O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, avançou 0,2% em agosto ante julho, após aumento de 0,3% no mês anterior. Em relação a agosto do ano passado, a alta do CPI foi de 5,4% e do núcleo, de 2,5%, acima da meta a longo prazo do Fed de 1,5% a 2%. “É um pouco mais alto do que o Fed gostaria, mas não está na linha do pânico”.
Wyss disse que, além dos Estados Unidos, Europa e Japão estão em recessão. “Tanto a economia japonesa quanto a européia parecem estar em pior situação do que a economia norte-americana. As duas regiões tiveram crescimento negativo no 2º trimestre e estão em recessão também. Acho que os EUA terão o melhor crescimento dos três este ano.”
