O parlamento de Israel, o Knesset, rejeitou nesta quarta-feira três propostas no sentido de adiar a retirada de colonos judeus da Faixa de Gaza.
A votação ocorreu após um discurso, no parlamento, do ministro da Justiça israelense, Tzippi Livni, defendendo a retirada, prevista para ocorrer no mês que vem.
Durante o discurso, ele foi interrompido diversas vezes por deputados que se opõem à retirada.
Ainda nesta quarta-feira, o presidente do conselho dos colonos israelenses nos territórios ocupados, Benzi Lieberman, anunciou o cancelamento de uma marcha contra a retirada israelense da Faixa de Gaza.
No entanto, não há consenso entre os manifestantes e alguns líderes deles prometeram seguir em frente com a passeata rumo ao território.
Infiltração
Há dois dias, cerca de 10 mil pessoas acampam na cidade de Kfar Maymon, próximo à fronteira com a Faixa de Gaza, cercados pela polícia, que proibiu o protesto.
Os manifestantes planejavam caminhar até o principal assentamento em Gaza, Gush Khatif.
O vice-comandante da polícia do distrito de Negev, Niso Shaham, disse em entrevista à Rádio Israel que há extremistas entre os manifestantes em Kfar Maymon que vêm tentando provocar distúrbios e, por causa disso, a polícia não pôde nem aceitar o pedido de uma marcha ordenada, em escala reduzida.
Mulheres e crianças começaram a deixar o local, enquanto líderes dos colonos judeus pensam em outras estratégias para chegar aos assentamentos.
Lieberman afirma que o objetivo ainda é chegar aos assentamentos, mas que a idéia agora é que os manifestantes se infiltrem em pequenos grupos, tentando burlar a vigilância do Exército.
Bloqueios "insanos"
Um outro líder dos manifestantes, Pinhas Wallertein, afirmou em entrevista à Rádio Israel que "várias pessoas chegaram a Kfar Maymon durante a noite, apesar dos bloqueios insanos e draconianos que a sociedade israelense não deveria agüentar".
"Nós vamos enfrentar o Exército, a polícia, ou quem quer que seja, de maneira digna, pelo tempo que for necessário: um dia, dois, um mês, dois meses."
"Estamos a caminho de Gush Khatif e temos toda a paciência do mundo", disse.
A maioria dos israelenses é a favor da retirada dos 8,5 mil colonos judeus da Faixa de Gaza e algumas centenas da Cisjordânia, mas os opositores argumentam que a retirada significa abandonar um presente dado por Deus e recompensar os extremistas palestinos.