A musa do samba estará novamente pisando nos Estados Unidos a partir do dia 28 de maio, quando se apresentará no Broward Center for Performing Arts em Fort Lauderdale, FL, ao lado dos amigos Alexandre Pires, Margareth Menezes e Emílio Santiago.
Emílio Santiago é titular do projeto ‘Aquarela Brasileira’, dedicado exclusivamente ao repertório de MPB, com mais de 4 milhões de cópias vendidas. A baiana Margareth Menezes já se apresentou no Central Park em Nova York, tendo participado da famosa turnê Rei Momo, sob comando de David Byrne. O mineiro Alexandre Pires, começou com o grupo de pagode SPC em 1993, tendo a partir de 1999 iniciado sua carreira solo, que decolou internacionalmente, conquistando vários prêmios, entre eles o Grammy Latino em 2003.
Com mais de 30 anos de carreira, Alcione é sinônimo de sucesso no Brasil e exterior, Alcione esteve nos Estados Unidos no último ano, dividindo o palco com Zélia Duncan e Milton Nascimento na inesquecível turnê Brazil Night 2005.
O primeiro show da turnê Alcione & Friends acontece no dia 28 de maio, no Broward Center for the Performing Arts, em Fort Lauderdale, FL. No dia 2 de junho o show será no Hard Rock Live, em Orlando; no dia 3 de junho no Symphony Hall em Newark, NJ; encerrando no dia 4 de junho no Teatro Tam Boston, Medford, MA.
Depois de uma turnê vitoriosa em Portugal, onde passou o Carnaval, Alcione se prepara também para receber o Lifetime Achievement Award no 9th Annual Brazilian International Press Award durante sua nova turnê.
Durante um breve descanso entre a gravação de seu novo trabalho e uma agenda sempre lotada, a eterna “Marrom” concedeu entrevista exclusiva à reportagem da Brazil in Concert, produtora do show nos EUA, e falou um pouco de sua carreira e suas expectativas.
O inconfundível talento de Emílio Santiago
Considerado um dos melhores intérpretes brasileiros, com reconhecimento internacional, Emílio Santiago é antigo amigo de Alcione. Ambos começaram a cantar na mesma época e enveredaram pelos caminhos do samba. “Fiquei muito feliz com o convite da Alcione. Ela é minha amiga de muitos anos e volta e meia estamos fazendo trabalhos juntos”, disse Emílio que está certo de que a tourné será uma festa.
A história da carreira de Emílio começou com os festivais da canção da década de 80. Antes disso, as primeiras aparições de Emílio aconteceram no programa do apresentador Flávio Cavalcante, na extinta TV Tupi. Nos festivais, Emílio foi selecionado em primeiro lugar, em 1982, no Festival da TV Globo, com a músíca “Pelo Amor de Deus”. Em 1985 foi escolhido o melhor intérprete no Festival da TV Globo com a música “Elis, Elis”. Ele lembra que os festivais sempre tiveram a função de revelar novos talentos. “Os festivais eram a grande oportunidade para quem precisava”, comenta.
Influências - Entre os sucessos de Emílio está o CD “Perdido de Amor”, em homenagem ao intérprete Dick Farney, primeiro cantor brasileiro a gravar uma música de sucesso norte-americana: Tenderly. “Dick Farney foi um grande cantor brasileiro. Ele mudou todo o jeito de cantar brasileiro, assim como lançou músicas consideradas modernas demais para aquele tempo”.
Emílio define-se como um intérprete, um cantor brasileiro, independentemente do estilo. “Sou um cantor brasileiro, um intérprete, então não tem essa de samba ou romântico. Eu canto as músicas que eu gosto, que eu sinto, que me emocionam, seja ela em que ritmo for”, define.
Formado em direito, Emílio Santiago diz não ter dúvidas de que fez a escolha certa ao apostar na música. “São dois elementos culturais. Com o direito pude aprender a me respeitar e a respeitar o ser humano como um todo. Já a música me leva a emocionar as pessoas. Agradeço a Deus por me dar esta voz, viver dela e saber que as pessoas gostam muito do meu cantar. Cantar é a minha vida. A escolha foi certa”, finaliza Emílio.
A trajetória de Alexandre Pires
Ele começou a carreira no interior de Minas Gerais com o grupo “Só Pra Contrariar”, ou SPC, no final da decada de 80. Em 1997 já aparecia nas paradas de sucesso nacionais com as músicas ‘Depois do Prazer’e ‘ Mineirinho’’. Em 1999, ao interpretar ‘Santo, Santo’com Gloria Stefan, ainda no SPC, alcançou projeção internacional. Lançou seu primeiro Cd solo em 2001, conquistando uma legião de fãs no mercado latino, principalmente. Prova disto é a conquista, entre outros prêmios, do Grammy Latino em 2003. Alexandre Pires garante continuar o mesmo ‘mineirinho’, mas mais maduro.
“Estou mais velho, trintão (rindo), mas feliz”, brinca Alexandre em entrevista exclusiva concedida à reportagem da Brazil In Concert. Nem sequer ter se emocionado ao cantar para o presidente norte-americano George Bush parece ter influenciado seu jeito de ser. “Foi gratificante ser convidado pela Casa Branca para participar das festividades do Mês da Comemoração Hispânica e me apresentar, cantando em português, para um público formado por personalidades da política internacional, diplomatas dos países latinos e pelo presidente George Bush. Foi um marco na minha carreira, pois tive a oportunidade de representar o meu país em um evento onde os latinos do mundo todo estavam sendo homenageados”, diz.
O sucesso de uma certa forma, diz Alexandre, muda, muda as pessoas no sentido de mais responsabilidades, trabalho e ausência da família devido aos compromissos,“mas não muda nunca o espírito que sempre continuará o mesmo”, acredita.
Dividir o palco com Marrom, Emílio e Margareth Menezes para Alexandre é uma experiência emocionante. “É muito gratificante ter a oportunidade de cantar com esses grandes artistas. A Alcione, pra mim, é a melhor cantora, o Emílio o melhor cantor, e a Margareth considero a verdadeira expressão da música baiana.
Ele entende que todas as conquistas que alcançou até hoje no mundo da música ele deve ao grupo Só Pra Contrariar. “O Só Pra Contrariar me proporcionou todas as oportunidades que tive que sem eles não teria. E minha relação com eles continua sendo muito verdadeira”, explica Alexandre.
Atualmente ele está finalizando no Brasil o projeto de seu primeiro DVD solo, e realizando shows pelo país. Segundo ele, a intenção é só retomar às tournés internacionais no ano que vem. Ele, porém. está entusiasmado com a vinda aos EUA. “É sempre muito bom me apresentar nos EUA. É um povo que sempre tem um carinho e um respeito muito grande pelo meu trabalho. E esse carinho não é somente dos latinos. A comunidade brasileira que mora nos EUA também sempre demonstrou essa admiração pelo meu trabalho, e isso é muito gratificante”, finaliza.
Quem iria receber o prêmio Lifetime do 9th Annual Brazilian International Press Award 2006?
Alcione: Feliz e muito honrada especialmente por se tratar do Brazilian Press Award, pois prestigia a música brasileira e estou certa que a comunidade brasileira se fará presente na noite da premiação.
Quais são as impressões que ficaram da turnê do ano passado (Brazil Night 2005) e o que seu público pode esperar para a turnê Alcione & Friends?
Alcione: Fiquei muito emocionada, foi muito gratificante e ainda estava ao lado de dois grandes profissionais Milton Nascimento e Zélia Duncan, e para a turnê Alcione & Friends o público pode esperar uma grande festa.
A ‘ Marrom’ como você é carinhosamente chamada, se sente uma profissional realizada. A música está integrada totalmente à sua vida?
Alcione: A música é minha vida, nasci para ela, e estou sempre querendo fazer algo novo para o meu público, canto músicas que sejam a identidade do povo.
O que realmente te faz feliz? Falta alguma coisa profissionalmente falando em sua carreira?
Alcione: Sou feliz por acreditar que no mundo existe uma força maior chamada Deus e na Luz Divina e por ser uma pessoa completa em minha carreira, faço o que eu gosto.
Defina: Samba ?
Alcione: Como já dizia o poeta:“Quem não gosta é ruim da cabeça ou doente do pé”.
Mangueira?
Alcione: Cartola, Jamelão, Nelson Cavaquinho, D. Zica, D. Neuma, Carlos Cachaça, Nelson Sargento, Seu Tinguinha, Elmo dos Santos... Enfim é um céu verde-e-rosa onde brilham e brilharão sempre essas estrelas.
Família?
Alcione: Não sobreviveria sem ela.
Amor?
Pai, mãe, irmãos e grandes amigos.
Sucesso?
Alcione: Só pode subir ao palco e não à cabeça.
