Ao contrário de Ronaldinho, que participou de parte da pré-temporada e foi núcleo da montagem da equipe, Adriano estreou fora de forma, pesado, na quarta rodada do Brasileirão 2009. Encontrou um time abalado, que atravessava um momento instável por conta da crise de relacionamento entre o grupo de jogadores e Cuca.
O atacante também viraria desafeto do treinador. Um comandante que não tinha a confiança dos atletas e havia perdido o controle sobre eles. Naquela época, o Imperador já provocava calafrios na comissão técnica quando os treinos eram marcados de manhã ou em dias seguintes aos jogos. Atrasos e faltas eram acobertados pela diretoria.
Comparecer aos treinamentos não foi problema nestes primeiros sete meses de R10 no Ninho do Urubu. Sempre pontual, sempre em campo. Em junho, porém, o noticiário sobre a presença constante do jogador na noite carioca deixou o clube em alerta. A diretoria recorreu ao irmão e empresário dele, Roberto Assis, para controlar os excessos. A polêmica coincidiu com a queda de rendimento do meia-atacante e uma incômoda sequência de quatro empates da equipe no Brasileirão.
A partir da vitória por 4 a 1 sobre o Atlético-MG, na sexta rodada, Ronaldinho emendou uma sequência de bons jogos. O melhor deles na impressionante vitória por 5 a 4 sobre o Santos no dia 27. Fez três gols, seu sétimo “hat-trick” da carreira, e voltou a encantar. Diante do Grêmio, clube que o entregou ao futebol, jogou sem dó. Com um gol e uma assistência para Thiago Neves, estabeleceu o placar de 2 a 0. O resultado devolveu a vice-liderança ao Rubro-Negro, que tem 27 pontos, um a menos que o Corinthians.
Em seu 12º jogo pelo Fla no Brasileirão 2009, Adriano não marcou na vitória por 3 a 1 sobre o Galo. A equipe terminou a 15ª rodada em sétimo lugar, com 23 pontos. Assim como o Gaúcho, ele também alcançou um “hat-trick”. Fez três na goleada por 4 a 0 sobre o Inter, no Rio, na sétima rodada.
A versão 2011 do Flamengo tem o melhor ataque do Brasileiro: 26 gols marcados. Vinte e cinco deles em jogos com a presença de Ronaldinho. Autor de nove, ele foi responsável por 36% do desempenho, descontado o gol do empate por 1 a 1 com o Ceará, na 11ª rodada (R10 cumpriu suspensão).