Por toda a ilha caribenha, onde migrar para o norte é uma verdadeira obsessão, o júbilo generalizado nas últimas semanas com a possibilidade da restauração diplomática entre os EUA e Cuba foi ofuscado com o fato de que a melhora na relação entre os dois países eventualmente elimine a única forma legal e rápida de conquistar a residência norte-americana. As informações são do “New York Daily News”.
Durante quase meio século, o “Cuban Adjustment Act” tem oferecido aos cubanos que conseguem pisar em solo americano a garantia imediata da residência legal e eventualmente a cidadania. O conhecimento de que serão protegidos da deportação tem motivado milhares de cubanos a atravessaram o mar em embarcações improvisadas até a Flórida ou longas viagens por terra pela América Central e México. “Se eles tirarem a lei de ajustamento, isso significaria que os cubanos terminariam como qualquer outro hispânico que queira entrar nos Estados Unidos”, disse Gerardo Luís, de 36 anos, um trabalhador na construção civil que disse que tentará atravessar para os Estados Unidos pelo México caso não consiga um visto em breve.
As autoridades norte-americanas informaram que não existem planos imediatos de mudar as leis e políticas migratórias, mas quando os EUA e Cuba retomarem relações diplomáticas completas, inúmeros cubanos imaginam quanto tempo o seu privilégio extraordinário poderá ser mantido com a restauração da diplomacia. Com isso, eles estão pensando em entrar nos EUA o mais rápido possível.
Os cubanos que chegam a qualquer fronteira ou aeroporto dos EUA recebem automaticamente permissão para ficar definitivamente no país, em decorrência do ato de 1966, que os permite dar entrada no pedido de residência após um ano.
O senador Bill Nelson (D-FL) comemorou a decisão do presidente Barack Obama em criar uma “relação moderna” com Cuba e pensa que o Congresso tende a manter o Ato de Ajustamento Cubano ou o embargo comercial, até que ocorram mudanças significativas no governo de Castro.
