Caí de paraquedas numa sessão do Miami Film Festival no Tower Theatre, coração da Little Havana. Uma amiga me mandou uma mensagem dizendo que tinha um ticket sobrando. Aceitei na hora, porque acredito que a Deusa da Oportunidade passa a cavalo e é careca com apenas um rabinho. É agarrar de primeira, porque senão ela passou e você não pega mais.
Só o local em que seria passado o filme já é uma experiência.
Parece que você saiu de Miami e fez uma pequena viagem a Cuba. Bom é isto que eu acho e é o que as pessoas que conhecem Havana e Cuba falam. Ainda não tive o prazer de conhecer. Não é dos lugares mais bonitos de Miami, mas é característico e tem suas peculiaridades. Na verdade o cinema está localizado no coração da Little Havana que merece ser visitado. É uma quadra pra direita e outra prá esquerda. Digamos que seja entre as ruas 16 e 14.
É um passeio obrigatório para quem vem a Miami, do lindo e colorido painel azulejado que está bem ao lado do cinema, à calçada ao lado do Parque dos Dominós, tudo pede uma para obrigatória para fotografia (ver galeria abaixo).
Quanto aos filmes,neste tempo todo que estou nos Estados Unidos assisti pouquissimas produções neste festival. Mas o de hoje... aah... o de hoje - "Eu, Meu Pai e os Cariocas"- foi muito especial. Lucia Verissimo, é a produtora e diretora desse documentário que trata da vida dela, do pai e do grupo formado por ele.
É um filme muito delicado, em que uma filha conta a história do seu pai inserida na história da música brasileira, especificamente a Bossa Nova, com a história do Rio e do Brasil. Excelente!!!
Comoveu por tudo que descrevi e ainda mais pela nostalgia de ver o quanto o Brasil está sem rumo, tanto cultural, quanto político.
Assistindo ao documentário me senti uma privilegiada de ter conhecido pessoalmente os grandes nomes da verdadeira e excelente Música Popular Brasileira que deram seus depoimentos no filme Gilberto Gil, Caetano Veloso, Gal Costa, Marcos Vale, Roberto Menescal, Djavan, Milton Nascimento entre outros.
Sem falar que na pequena mas cheia sala de espetáculo estavam Daniela Mercury e o Boni, bem como a Lúcia, claro.
Dá uma nostalgia por tudo que não temos mais no Brasil. Nem a beleza da cidade do Rio de Janeiro pode ser apreciada em paz, dada a situação caótica que a cidade vive no quesito segurança.
No final, a diretora respondeu algumas perguntas.
Foi uma noite deliciosa.
Um abraço
Silvana
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