A prisão de quase 1,3 mil trabalhadores sem documentos por agentes da imigração dos Estados Unidos em seis fábricas da companhia Swift na semana passada foi criticada hoje pelo jornal New York Times, que defendeu que a economia norte-americana não resistiria a essa política em uma escala massiva e pediu uma reforma migratória.
"A reforma imigratória baseada apenas em um sistema de repressão, com blitz nas fábricas e muros na fronteira, não resolverá o problema dos 12 milhões de ilegais que vivem aqui. A economia norte-americana não poderia resistir ao choque caso as blitz da Swift se multiplicassem além do nível meramente simbólico", afirmou o Times em seu principal editorial.
Na terça-feira passada, 1.282 trabalhadores imigrantes foram presos durante uma operação contra seis fábricas da companhia empacotadora de carne Swift, a segunda maior do ramo nos Estados Unidos.
O jornal afirmou que o fato de que os agentes da imigração levaram com eles tradutores de espanhol, significa que eles "sabiam exatamente a classe trabalhadora que iam encontrar em um trabalho extenuante, de baixos salários: latinos recém-chegados ao país, com preparação limitada e, em muitos casos, sem papéis".
O New York Times defendeu que tanto a Swift e outros grandes empregadores de imigrantes como os granjeiros e as redes hoteleiras, "podem insistir que nunca sabem quando contratam gente ilegalmente", mas afirmou que os salários que eles oferecem não atraem os norte-americanos.
Segundo o Times, "este sistema é brilhantemente eficiente em trazer para o mercado produtos e serviços baratos, o que é fenomenal, mas que é essencialmente desordenado, anônimo e que depende de uma enorme força de trabalho silenciosa, obediente e assustada, que tem a opção amarga de ficar aqui ilegalmente ou voltar para suas casas e viver na pobreza".
O jornal pediu para a Casa Branca e o Congresso a aprovação de uma reforma migratória ampla que beneficie a economia e a segurança nacional, que dê às empresas a oportunidade de contratar mão de obra estável, permita as autoridades a prender os criminosos e deixe as pessoas honestas trabalhar em paz. (ANSA).
18/12/2006 15:43
