Lula estava acompanhado dos ministros no café da manhã
Executivos de grandes empresas japonesas destacaram em um café da manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta sexta-feira que querem a durabilidade e sustentabilidade da política econômica brasileira.
Participaram do encontro representantes de corporações como a Mitsubishi, Honda e Sony, entre outras, assim como empresários brasileiros.
Os executivos expressaram uma preocupação em relação às eleições do ano que vem. Mas o presidente Lula teria garantido a eles que o governo não vai tomar medidas com objetivos eleitorais.
"Temos de deixar de lado mediocridades políticas para garantir a sustentabilidade do crescimento econômico", disse o presidente, segundo o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, que estava presente à reunião.
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também participou do encontro. Na saída, disse: “Está sendo uma viagem bem-sucedida mas ancorada na estabilidade crescente da economia brasileira para dar confiança a um trabalho de longo prazo”.
“O executivo japonês, de maneira em geral, é cauteloso e vai olhar, analisar, como deve ser.”
Acordos
Alguns acordos que haviam sido acertados pelo Brasil e pelo Japão antes da visita de Lula a Tóquio, foram firmados na reunião.
São mais de dez contratos envolvendo cerca de US$ 2 bilhões.
Entre eles, está o contrato do Bank for International Cooperation (JBIC), o banco de desenvolvimento japonês, que deve conceder empréstimos à Petrobras e à Vale do Rio Doce.
“A estabilidade da economia brasileira faz com que acordos desse tipo passem a ser possíveis e deixem de ser meramente um desejo, uma intenção para o futuro. Passam a ser uma realidade e sinalizam a possibilidade de investimentos”, disse Meirelles.
Etanol
O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse que será criado um grupo de trabalho ministerial entre os dois países para estabelecer as regras das parcerias para a produção de etanol.
O governo japonês aprovou recentemente a adição de etanol na gasolina, o que potencialmente ofereceria uma oportunidade de comércio para o Brasil.
Rodrigues afirmou ainda que prosseguem discussões técnicas sobre a venda da carne bovina, que não é importada pelo Japão.
Segundo o ministro, não houve avanço político na questão.