As famílias de soldados britânicos mortos no Iraque vão tentar processar o primeiro-ministro Tony Blair. A iniciativa foi lançada nesta terça-feira. Os parentes dos mortos dizem que o premier enganou o país a respeito das razões para o país entrar na guerra.
Dois dias antes da eleição que pode garantir a Blair um terceiro mandato, as famílias anunciaram que vão entregar uma carta a Downing Street (a residência oficial do primeiro-ministro), que descreve os argumentos do processo que pretende abrir.
O questionamento da integridade de Blair e de sua decisão de apoiar os EUA na invasão do Iraque tem dominado as últimas duas semanas da campanha eleitoral.
Na segunda-feira, a mulher do soldado britânico morto mais recentemente no conflito culpou Blair diretamente pela perda.
- É culpa de Tony Blair - disse a viúva do soldado Anthony Wakefield, vítima de uma bomba colocada numa estrada no Iraque. - Ele enviou todas essas tropas. Ele não deveria ter feito isso.
Oito famílias que perderam membros no Iraque estão apoiando o processo contra Blair e o governo, sob os termos da Convenção Européia de Direitos Humanos, e disseram que também estão considerando um processo privado contra o premier.
O grupo Famílias de Militares contra a Guerra disse que foi orientado por juristas que Blair tinha o que responder na Justiça e descreveu a guerra como "um crime de agressão".
Um porta-voz do grupo disse que a campanha está conquistando crescente apoio.
A carta será entregue a Downing Street na tarde desta terça-feira.