Os Estados Unidos anunciaram oficialmente nesta quinta-feira, 12, a sua saída da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) para o próximo ano. O país permanece como membro ainda até o final deste ano e continuará apenas como “observador” na organização.
A decisão de se retirar, segundo o Departamento de Estado norte-americano, tem a ver com as preocupações dos EUA com pagamentos em atraso na Unesco, a necessidade de reformas fundamentais na organização e a continuidade do viés anti-Israel na Unesco.
Os EUA reduziram substancialmente suas contribuições em dinheiro para a Unesco em 2011, em protesto contra a decisão de permitir o ingresso pleno dos palestinos na entidade.
Na época, o financiamento norte-americano equivalia a pouco mais de 20% das verbas totais da Unesco, a primeira agência da ONU em que os palestinos buscaram integração como membro total.
EUA, Canadá e Alemanha votaram contra o ingresso dos palestinos. Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul e França, entre outros, votaram a favor. O Reino Unido se absteve.
A Unesco lamentou publicamente nesta quinta-feira a saída dos EUA como país membro da organização. Após ter recebido a notificação oficial do secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, escreveu no twitter oficial da organização que lamenta profundamente a decisão dos EUA de se retirar da entidade.
No ano passado,Israel anunciou a suspensão de sua cooperação com a Unesco, um dia depois de uma votação criticada pelos israelenses sobre um local sagrado de Jerusalém. Do ponto de vista israelense, a decisão seria uma negação do vínculo milenar entre os judeus e a cidade.