Empresários de Tampa querem que a cidade seja o local do consulado cubano quando forem restabelecidas as relações diplomáticas entre a ilha e os Estados Unidos. Para o presidente da Câmara de Comércio local, Bob Rohrlack, a medida dinamizará as trocas comerciais entre os dois países.
"Nossa comunidade empresarial aprovou por unanimidade que se fomente a reabertura do consulado uma vez que as relações cheguem a um ponto em que isso seja apropriado", disse Rohrlack à AFP, em referência a uma moção adotada nesta semana pela Câmara de Comércio de Tampa.
Em dezembro, EUA e Cuba anunciaram que negociariam para restabelecer as relações diplomáticas. Ao fim de duas reuniões bilaterais, Washington expressou a expectativa de que a abertura de embaixadas aconteça até abril. Havana, por outro lado, demonstrou maior cautela.
Antes da ruptura das relações diplomáticas em 1961, Tampa abrigava um consulado cubano, explicou Rohrlack.
"Quando as atuais restrições comerciais forem modificadas para permitir a normalização das relações, prevemos que o intercâmbio econômico e social entre os dois países terá uma importância considerável", afirma a moção da Câmara de Comércio de Tampa.
Novas regulamentações anunciadas pelo governo de Barack Obama em janeiro flexibilizaram algumas restrições ao comércio com a ilha comunista, mas o embargo, que só pode ser suspenso pelo Congresso americano, continua impedindo quase todo o intercâmbio.
Os setores em Tampa que mais podem se beneficiar com uma abertura em Cuba são os da indústria médica, de telecomunicações e de produtos agrícolas, disse Rohrlack.
Rohrlack lembrou que é Cuba quem decide onde alocará suas sedes diplomáticas, mas que as autoridades de Tampa comunicarão às autoridades cubanas seus desejos de um consulado na cidade.
"Uma missão da Câmara viajará a Cuba nos próximos meses" acrescentou.
Tomás Regalado, prefeito de Miami, onde vive aproximadamente metade dos dois milhões de cubanos nos Estados Unidos, se posicionou contra a instalação de um consulado cubano.
