Qual seria o limite entre uma pessoa que se alimenta errado e aquela que tem um distúrbio alimentar? É muito difícil definir, ainda mais com tantos modismos e um número alarmante de dietas. Na tentativa de ajudar, hoje vou trazer alguns dados sobre distúrbios alimentares.
Para iniciar, vamos esclarecer que os distúrbios alimentares não são relacionados apenas à magreza, são também relacionados à obesidade. Assim, comer muito pouco ou comer demais, ambos são considerados distúrbios alimentares. Os distúrbios mais conhecidos são a anorexia nervosa e a bulimia.
No caso da anorexia, a pessoa se recusa a comer o mínimo para a manutenção da saúde e tem uma distorção da própria imagem, ou seja, sempre se vê acima do peso e com excesso de gordura. A bulimia, por sua vez, é diferente no aspecto da ingestão alimentar. A pessoa bulímica come, muitas vezes come muito, e depois utiliza recursos para compensar o que comeu e não engordar. Muitas pessoas acreditam que provocar vômitos seja o único recurso para não engordar depois que comeu e que apenas o bulímico faz isso, mas não. É característica também do anoréxico, assim como do bulímico, fazer exercícios em excesso e/ou usar laxantes. Em ambos os casos, há uma preocupação exagerada com o tipo de comida e se ela tem ou não calorias e gorduras.
A bulimia difere também da anorexia porque a pessoa bulímica, com maior ou menor frequência, tem crises de compulsão alimentar. Muitos fatores, além dos já conhecidos, podem desencadear a obesidade. Acidentes, cirurgias, perdas ou qualquer situação angustiante. A pessoa obesa também tem dificuldade em avaliar as dimensões do corpo.
Os primeiros livros a falarem a respeito de distúrbios alimentares datam de 1694, mas na época eram classificados como doenças ligadas à histeria. Mesmo sendo enfermidades há muito tempo conhecida, elas continuam causando danos. Os distúrbios são mais frequentes em jovens que são facilmente influenciados pela mídia e pelas redes sociais. Esses jovens perdem a sequência de anos escolares, podem ser induzidos ao uso de álcool e drogas ilícitas, cardiopatias, doenças renais e, por fim, pode levar à morte. Sem falar que os amigos e os familiares têm muita dificuldade em se relacionarem com as pessoas afetadas por não saberem o que dizer e como ajudar.
Essas pessoas precisam de tratamento e não de conselhos. Dizer que precisa comer para ter saúde não causa nenhum tipo de modificação no comportamento, pois as pessoas que têm o distúrbio sabem que o que fazem faz mal à saúde. O que ocorre é que a necessidade de emagrecer e ou permanecer magro é maior e mais importante.
Um diagnóstico é o primeiro passo e o mais importante. A partir desse diagnóstico, os cuidados de uma equipe multidisciplinar com médicos, psicólogos e nutricionistas é extremamente importante.
E tão importante quanto o diagnóstico é a prevenção e, segundo especialistas, a primeira coisa a ser feita é diminuir a pressão para as pessoas serem magras.