Num espaço de apenas sete dias, a comunidade brasileira do Sul da Flórida viveu nada menos que cinco exponenciais eventos que não só maracaram de forma espetacular o fim de ano brasileiro na região, como deram, individual e coletivamente, um poderoso exemplo do quão vital, vibrante e competente é a presença brasileira nos Estados Unidos.
Da quinta-feira, dia 4 de dezembro, quando foi realizado o evento "Mérito Cultural Acontece", à realização do show "50 Anos de Bossa Nova", na quinta-feira dia 11 dezembro, passando pela Feijoada Anual da TV Globo/Superstation (dia 6), à Final Nacional do "Talento Brasil" (também no dia 6) e a memorável celebração dos 10 anos da TAM nos Estados Unidos (dia 10), o Sul da Flórida viveu, inquestionavelmente uma atmosfera brasileira, como nunca antes, de tamanha diversidade e sucessos contínuos.
Nada mais salutar e estratégico até, para a comunidade brasileira na América do que um potente conjunto de atividades culturais, sociais, artísticas e coporativas como esse conjunto de grandes eventos, todos de âmbito nacional e repercussão internacional, para encerrar um ano marcado por uma atmosfera de incertezas.
2008 talvez tenha sido um dos anos mais "difíceis" para a nossa comunidade, em função da brusca desaceleração econômica, da incômoda convivência com estatísticas às quais estávamos desacostumados. Vínhamos de 10, 12 anos de contínuo e inquestionável crescimento em todos os níveis. Em meados de 2007 soara o alarme de que a recessão batia na porta da América e , como conseqüência lógica, "arrombava" a porta das comunidades imigrantes, sempre muito mais sensíveis às variações de mercado.
Ao mesmo tempo que se respira uma atmosfera de preocupação com os fatos de agora e muita esperança com o governo que se iniciará em 20 de janeiro, nossa comunidade parceia estar à espera de sinais positivos. Sinais de que essa, como outras "crises", será vencida com criatividade e trabalho. Sim, porque ficar parado esperando que as dificuldades desapareçam como "passe de mágica" é que realmente não muda nem ajuda nada.
O inquestionável sucesso desses eventos citados deu esse inegável testemunho de força e fé na "virada"que virá, sem a menor dúvida. Talvez não tão cedo quanto os mais ansiosos desejam, mas certamente não tão demorada quanto os pessimistas da silca sempre praguejam. A cultura do derrotismo e do baixo astral sempre perde, já sabemos disso!
As empresas que promoveram esses eventos, as que – como o Gazeta – patrocinaram alguns deles, estão também demons-trando siua fé nessa "virada" e sua certeza de que o futuro da comunidade brasileira nos Estados Unidos é, além de inquestionável, brilhante.
E não são poucos os indicativos de que cada vez mais a nossa comunidade crescerá em tamanho e relevância. É fundamental, por exemplo, que nos mobilizemos para agilizar a aprovação pelo Congresso nacional, da Lei que cria o posto de Deputado Federal das Comunidades do Exterior . Ter nosso representante legitamente eleito em Brasília é um dos mais importantes passos para que a comunidade imigrante brasileira deixe de ser vista apenas como um "bando desgarrado" de aventureiros, e sim, como um segmento sério, profissional, trabalhador e bem sucedido de brasileiros que, sem deixar nem por um segundo de amarem sua terra, desenvolvem suas vidas em outras terras.
Também será uma forma de defender-mos no plenário maior de nosso país, o peso que têm os bilhões de dólares que injetamos na economia brasileira anualmente. Bilhões que são hoje reconhecidos como importantíssimos por todas as esferas de governo.
Estamos felizes com esse reconhecimento. Mas temos que ser responsáveis também por ele, fazendo com que nossa representação política seja ouvida e considerada.
Enfim, para quem colecionou lamúrias ou vive se queixando dos desafios "extras" desse complexo momento da economia mundial, o recado está dado alto e em bom som: a comunidade brasileira nos Estados Unidos seguirá firme e forte. Quem viver, verá.
