O brasileiro Júlio César de Oliveira, 20 anos, foi assassinado com um tiro na testa, durante uma tentativa de assalto na cidade de Kenner, em Louisiana, no último dia 21. De acordo com a polícia local, o corpo foi encontrado no estacionamento do condomínio onde ele morava. Acredita-se que ele tenha sido vítima de gangues locais, que têm como alvo imigrantes brasileiros e hispânicos.
Segundo o pai do rapaz, Júlio César vivia ilegalmente nos EUA há mais de três anos e trabalhava como carpinteiro. Ele planejava retornar ao Brasil no fim do ano para prestar vestibular em engenharia civil. “Estava todo animado com o retorno. Queria matar saudades dos amigos, da família e fazia planos de estudar. Já tinha programado uma festa de uma semana. A gente só não esperava que ele iria voltar assim, dentro de um caixão”, disse, Jaime Alves de Oliveira, de 57 anos, que vive no Brasil.
De acordo com a polícia local, é possível que Oliveira tenha sido vítima de um gangue que atua na região. “Essa gangue ataca hispanos e brasileiros porque sabem que são ilegais, não têm condições de abrir conta em banco e que, por isso, recebem dinheiro vico. Eles sabem quais são os dias de pagamento. Segundo polícia, 99% vezes ninguém reporta nada com medo de ter problemas com polícia ou com a imigração”, diz Oton Castro, que é noivo da irmã de Oliveira, e que conversou com os policiais.
- É preciso alertar às pessoas que este tipo de crime está acontecendo naquela região, para que outras pessoas não sejam vítima – diz Castro.
Segundo a polícia, o corpo do brasileiro foi encontrado por um morador do condomínio, 30 minutos depois do crime. A hipótese é de que ele tenha sido encurralado pelos ladrões, que, ao verificar que ele não tinha dinheiro na carteira, o atingiram com um tiro na testa, pouco acima da sobrancelha esquerda. Oliveira morreu na hora.
- Graças a Deus, com doações de amigos e familiares, conseguimos levantar a maior parte do dinheiro para fazer o traslado do corpo – diz Castro.
O corpo do rapaz será trasladado para a cidade de Alpercata, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, onde mora a família.
