O governo do México deportou um número recorde de crianças da América Central viajando sem um guardião desde o segundo semestre do ano passado.
Comparado à crise de 2014, o número de crianças atravessando a fronteira dos Estados Unidos diminuiu drasticamente até o momento deste ano fiscal, graças à ajuda do México. O governo do México deportou um número recorde de crianças da América Central viajando sem um guardião desde o segundo semestre do ano passado, algo que a administração Obama diz que tem contribuído para uma queda significativa no número de crianças apreendidas na fronteira entre o México e os EUA.
O México deportou 3.819 menores desacompanhados da América Central durante os primeiros cinco meses do ano fiscal, iniciado em outubro. Isso representa um aumento nas deportações de 56% em relação ao mesmo período no ano anterior, de acordo com uma análise dos dados do governo mexicano e americano do Pew Research Center. A medida foi um plano do governo mexicano para acabar com o número recorde de crianças imigrantes atravessando a fronteira no ano passado.
Em geral, oficiais dos EUA prenderam 12.509 crianças desacompanhadas na fronteira entre os Estados Unidos e México nos primeiros cinco meses desse ano fiscal. Foram 21.403 apreensões durante o mesmo período do último ano fiscal. A maioria das crianças presas durante este ano fiscal – 7.771 – veio dos países da América Central, El Salvador, Guatemala e Honduras, com quase todo o restante vindo o México.
Os dados do México também mostram mudanças em alguns números em relação ao ano anterior. O número de crianças da Guatemala deportadas agora dobrou (com 35%) e esse é o maior grupo sendo enviado de volta ao país de origem. O mesmo aconteceu com as crianças de El Salvador, com um aumento (total de 18% dos apreendidos) em relação ao ano passado. Já o número de crianças salvadorenhas ficou parecido ao ano fiscal anterior (9%).
O aumento de apreensões de crianças no último verão se deu por causa da fuga delas da violência em Honduras e El Salvador, enquanto no caso da Guatemala o maior motivo teria sido por razões econômicas.
Além dos números recordes de deportação do governo mexicano, existem outras possíveis razões para a diminuição de crianças estarem atravessando a fronteira dos EUA. A diminuição em apreensões vem em um momento em que o governo dos EUA acelerou o processamento de menores desacompanhados em cortes de imigração e lançou uma campanha informativa na América Central para desencorajar a tentativa de travessia. Além disso, os governos locais na América Central têm visto uma diminuição nos homicídios. Em Honduras, onde a violência ligada ao tráfico de drogas tem sido um problema, o número de homicídios chegava a 86 por 100 mil habitantes. Em 2014, o número caiu para 68 por 100 mil habitantes, mesmo que o país ainda tenha um dos maiores índices de homicídio no mundo. Fonte: Pew Research Center.
