Você sabe identificar uma notícia falsa na internet?
Por Arlaine Castro
Muito se fala em “fake news” e no cuidado com o que se curte e se compartilha pela internet. Grande parte do conteúdo que se vê circulando nas redes sociais não é verdadeiro e pior, tenta de péssimo modo incitar a violência e causar pânico na população. Além disso, ainda há a intenção de espalhar vírus em computadores, tablets e celulares. Em meio às milhares de informações diárias que lemos na internet faz-se necessário saber filtrá-las. Mas você sabe o que é “fake news” e como identificá-la? Como saber se uma notícia é falsa ou não? Como diferenciar um link verdadeiro e confiável de um cuja fonte é “duvidosa”? Como não ajudar a propagar as falsas notícias que circulam na internet? Duas dicas principais vão ajudar: 1º - Leia a descrição do link e atente-se para detalhes, como por exemplo, se começa com https – que indica site seguro, sem risco de vírus, e o final, se termina com .com; .edu; .gov; .org; .us – são oficiais e os mais confiáveis; 2º - Procure o assunto em outras páginas – uma pesquisa rápida no Google ou em outro site de busca vai dar para saber se o assunto é mesmo verdadeiro. Se for, vai constar em sites de jornais e agências de notícias sérios. A manipulação da opinião pública por meio de “fake news” A estratégia de espalhar conteúdo falso vem sendo usada por perfis falsos no mundo para influenciar a opinião pública nas redes sociais e se aproveita de uma característica psicológica conhecida como "comportamento de manada", segundo um estudo feito e divulgado pela BBC: Como 'comportamento de manada' permite manipulação da opinião pública por fakes, publicado por Juliana Gragnani. O estudo aponta que a tendência das pessoas atualmente é de seguirem um “influenciador” ou mesmo um determinado grupo, sem que a decisão passe, necessariamente, por uma reflexão individual. Por que tantos Youtubers e blogueiros fazem sucesso¿ Pelo número de seguidores. Quanto mais seguidores, mais “confiável”, no ponto de vista da pessoa que passa a assistir, é o canal ou o site. Principalmente em se tratando de crianças e adolescentes que já nasceram em meio à era tecnológica e virtual e encaram com naturalidade esse tipo de ídolo da internet. Fabrício Benevenuto, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), faz uma análise sobre a atuação de usuários nas redes sociais ao estudo da BBC Democracia Ciborgue e diz que "Se muitas pessoas compartilham uma ideia, outras tendem a segui-la. É semelhante à escolha de um restaurante quando você não tem informação. Você vê que um está vazio e que outro tem três casais. Escolhe qual? O que tem gente. Você escolhe porque acredita que, se outros já escolheram, deve ter algum fundamento nisso. Um vai com a opinião do outro", conclui Benevenuto. Os pesquisadores do estudo chegaram à conclusão de que a influência estava também ligada a níveis de escolaridade: quanto menor o nível, mais fácil era ser influenciado. Plano de aula: como checar informações e notícias na web Para ajudar as escolas e educadores na missão de ensinar a distinguir notícias verdadeiras de falsas na internet, o Instituto Poynter, uma organizaçãonorte-americana sem fins lucrativos que promove o ensino do jornalismo, criou um plano de aulagratuito sobre como checar informações e notícias. Voltado para alunos do ensino médio, o plano inclui uma animação que explora as diferençasentre fatos e opiniões, notícias e boatos e pode ser baixado gratuitamente pelo link http://factcheckingday.com/assets/files/beoxvji2ud.pdf Referências: educaçãointegral.org