O vírus do ebola e os animais - Saúde Animal
No início de outubro, o cachorro “Excalibur”, que pertencia a uma enfermeira espanhola infectada pelo vírus do ebola, foi sacrificado, pois as autoridades governamentais da Espanha temiam que o animal representasse uma fonte de transmissão da doença. A morte de Excalibur provocou protestos de defensores de animais.
De acordo com o CDC (Center for Disease Control), pelo menos até o presente momento não existem reportes de cães e gatos afetados pela febre hemorrágica do ebola, ou até mesmo de que esses animais de estimação são capazes de transmitir a doença aos seres humanos. As chances de um cão ou gato entrar em contato com o ebola nos EUA são muito pequenas. Até mesmo na África, não existem casos reportados de cães ou gatos que adoeceram de ebola. Existem evidências de que os cães podem se infectar com o vírus sem desenvolver a doença.
Na verdade, apesar de o vírus e a doença já existirem há algum tempo, muito ainda tem que ser estudado.
A primeira epidemia de febre hemorrágica do ebola aconteceu em 1976, no Zaire (atual República Democrática do Congo). O vírus recebeu o nome de um rio próximo, o Rio Ebola.
Acredita-se que os morcegos frutívoros sejam hospedeiros naturais do vírus do ebola. Esses morcegos se contaminam, mas não sofrem sintomas, e transmitem o vírus através das fezes. As pessoas que comem as frutas contaminadas com a saliva desses morcegos podem contrair ebola. Já os macacos não são considerados portadores do vírus, pois são muito susceptíveis e morrem quando se infectam, porém eles são capazes de disseminar o vírus antes de morrer. O papel dos porcos na transmissão do ebola para os seres humanos ainda não está bem definida, e estudos adicionais estão sendo feitos. Porcos contaminados com ebola demostraram sintomas leves e foram capazes de transmitir o vírus a macacos.
Outros animais domésticos, como por exemplo, o porquinho da índia, cabritos e cavalos, quando experimentalmente infectados, permaneceram em estado subclínico, porém em condições naturais, nunca houve um reporte de infecção por ebola nesses animais. O que se deve fazer com um animal de estimação que mora com um paciente com ebola? O CDC recomenda que oficiais da saúde pública, em conjunto com veterinários, avaliem o risco do animal de se expor ao vírus (contato muito próximo ou contato com sangue, secreções e fluídos corporais). Depois de avaliado, os oficiais de saúde humana e animal determinam como a situação será conduzida. No Texas, o cão de uma enfermeira que contraiu o ebola cuidando de um paciente hospitalizado foi submetido a 21 dias de quarentena. Veterinários com equipamentos de proteção pessoal cuidaram diariamente do cachorrinho, um King Charles Cavalier de nome Bentley. A enfermeira se recuperou e teve alta no dia 24 de outubro, e o Bentley retornou ao seu lar. Apesar do final feliz, o CDC aconselha manter os pets isolados de qualquer pessoa que tenha tido contato com o vírus do ebola. O vírus do ebola pode sobreviver no ambiente? O vírus do ebola é sensível ao ressecamento, detergentes e desinfetantes. Ele não é capaz de sobreviver por longos períodos fora do hospedeiro. Como o modo de transmissão do vírus pelo ambiente ainda não é completamente claro, o CDC recomenda medidas de desinfecção das superfícies que podem estar contaminadas (veja o link: http://www.cdc.gov/vhf/ebola/hcp/environmental-infection-control-in-hospitals.html ) Alguns donos de cães e gatos já estão perguntando se existe algum teste para detectar o ebola nos animais de estimação. Não há razão para testar um cachorrinho ou um gato que não tenha tido contato com um doente de ebola. Além do mais, testes de rotina para detectar ebola ainda não existem. Existem exigências especiais para se importar animais da África para os Estados Unidos? As regulações do CDC exigem que qualquer cão ou gato trazido para os EUA sejam vacinados contra raiva. A importação de macacos e outros animais da África para os EUA não é permitida. Cada estado americano tem suas próprias regras quando se trata de importar animais de outros países, e além disso, as companhias aéreas tem as suas exigências. É possível que novas regras sejam introduzidas a respeito da importação de animais da África por causa da epidemia de Ebola, portanto, é necessário se informar bem. Muito ainda tem que ser aprendido sobre o ebola. O seguinte trecho foi extraído do site Mashable.com: “A porta-voz da Associação Americana de Medicina Veterinária, Sharon Curtis Granskog, disse que o risco de que os cães possam disseminar o ebola é muito pequeno nos Estados Unidos ou outros locais onde os animais não estão perto de cadáveres ou comendo animais infectados. Embora o vírus mortal ebola seja conhecido por causar infecções disseminadas em humanos e outros primatas, seu efeito em outros animais não está claro. As diretrizes generalizadas de prevenção do ebola emitidas pelo CDC não exploram a possibilidade de animais domesticados contraírem ou transmitirem a doença. De acordo com as diretrizes, o ebola pode ser disseminado aos humanos se entrar em contato com animais infectados. Entretanto, não há uma menção específica se cães podem transmitir os vírus aos humanos: “O ebola é disseminado através do contato direto e sem proteção com sangue ou fluídos corporais de pessoas infectadas sintomáticas, contato com corpo de alguém que morreu por Ebola, contato com animais infectados e exposição a objetos (como agulhas) que foram contaminadas com sangue infectado ou outros fluídos e tecidos corporais”. A infecção entre humanos não ocorre até que a pessoa exiba sintomas da doença, de forma que não está claro se cães precisam exibir sintomas do ebola para transmitirem o vírus.”