Nas últimas semanas, o nome T-Tricks foi bastante comentando na mídia. A presença da atriz Isis valverde na produção do seu novo single, “Around the World”, gravado em Miami, garantiu ao rapper brasileiro uma exposição extra para sua carreira, que entra numa nova fase. Por nova fase entenda-se que Tricks, ou Flavio Santana, 22 anos, acertou a mão ao escolher a atriz para seu novo clipe e ao assinar contrato com a SB - The Schulz Berman Entertainment Group. Tricks caiu nas graças do produtor Jim Jonsin, vencedor do Grammy 2014 com a música Thrift Shop (Macklemore & Ryan Lweis - Feat.Wanz).
Jonsin, que já trabalhou com astros como Jay-Z, Lil Wayne, Kenye West e Beyoncé, agora põe a sua varinha de condão na carreira de T-Tricks, que está sendo apontado como a promessa brasileira no concorrido mercado norte-americano do rap e hip-hop. “Acho que é algo diferente; um brasileiro fazendo rap. Eles estão apostando nisso”, destaca o cantor, que junto com seus produtores pretende explorar a exposição do Brasil devido a Copa do Mundo para capitalizar sua imagem.
Acidente mudou sua vida E a imagem dele não é difícil de capitalizar: Jovem, bonito, simpático, carismático e sexy, faz o tipo bom moço, romântico, garoto de família. A família, aliás, é citada constantemente na entrevista. Os pais e o irmão são o ponto de apoio para a vida dele, dentro e fora dos palcos. “Tudo isso está acontecendo porque eu não desisti dos meus sonhos. E isso eu agradeço a minha família por ter me apoiado e me ensinado a correr atrás dos sonhos. Principalmente a minha mãe, que é um exemplo de esforço e dedicação”, afirma Flavio, que já aos 8 anos teve que encarar sua primeira prova de fé, força e determinação.
Foi com essa idade que o goiano sofreu um grave acidente na I-95. O pequeno foi arremessado para fora do carro e ficou hospitalizado em estado grave. “Os médicos chegaram a falar que se eu sobrevivesse, não seria uma criança normal”, lembra.
A fé e determinação dos pais e sua própria persistência em viver permitiram a recuperação total, sem sequelas, e deram a Flavio uma certeza: “a vida é muito curta e só vale a pena ser vivida se a gente faz o que gosta”.
E o que ele gosta é de rap. Natural de Goiânia, e vivendo nos Estados Unidos desde os 3 anos, poderia ter enveredado pelo sertanejo, que seria natural, mas aos 13 anos, brincando com colegas na escola, descobriu seu talento. “Lembro que na 7ª série um amigo da escola veio me mostrar uma música dele. Eu achei legal e pensei: quero fazer isso também”, conta. E assim começou tudo.
Nessa época surgiram os primeiros rascunhos de música, que ele nem lembra muito bem. Mas lembra que era um funk. “Se morasse no Brasil talvez virasse funkeiro, mas aqui é a terra do rap. Foi natural seguir esse estilo”, explica.
O nome T-Tricks também aconteceu por interferência indireta de amigos. “Alguns amigos achavam diferente o ritmo e o jeito que eu cantava e me perguntavam como eu conseguia isso. Daí eu respondia: é um trick (truque, em português)”. Assim o Flavio Santana, filho da Dona Celia e do Sergio Santana, virou o T-Tricks – o T. vem do seu sobrenome do meio, Tomé. “É o sobrenome do meu pai e eu não queria abrir mão dele”, destaca.
Desde 2012 passou a levar a carreira mais a sério. “Se dependesse da minha mãe eu estudaria medicina. Mas desde cedo eu sabia que queria seguir carreira na música. Mas só há dois anos decidi começar a levar a sério. Comecei a fazer uns clipes e divulgar meu trabalho”, relata o goiano, que com o amigo John Vieira passou a se profissionalizar.
John é músico, tocava no grupo Amigos do Samba na Califórnia, e há 4 anos se mudou para a Flórida. Por sua experiência no show bizz apostou no potencial do amigo Flavio ajundando-o com as primeiras produções. “Ele tinha contatos e eu pedi ajuda para ele”, relata. Os primeiros clipes foram todos independentes. Ele fez com a ajuda de amigos, do irmão e de John só com uma ideia na cabeça: mostrar sua música para o mundo.
As mídias sociais e as festinhas de amigos foram o passo seguinte para divulgar o trabalho. O primeiro show, aliás, foi só para amigos. “Era meu aniversário e eu resolvi fazer uma festa-performance. Durante a festa subi no palco e fiz o meu primeiro show oficial”, lembra. A festa foi n o King Tut’s Hooka Lounge, que permitia a presença de menores.
Seu estilo
Tricks define seu estilo como rap pop, meio romântico. “É um estilo suave, para curtir; música de balada, música de namoro. Faço músicas que valorizam as mulheres, falam de relacionamento, não são pesadas”, esclarece Flavio, talvez para deixar claro que não segue a linha dark do hip hop que enaltece drogas, sexo, violência e objetifica mulheres. “Faço música para motivar as pessoas; para diversão; para dançar, curtir”, define. Mas mulheres e carrões não faltam em seus clipes, sem apologia à ostentação e ao sexo gratuito.Para essa nova fase, inclusive, fez questão de escolher um ícone da TV brasileira para estrelar seu novo single. “Fizemos o convite inicial para a Bruna Marquezine e a Isis, mas a Bruna estava com agenda cheia e a Isis foi super acessível. Desde o início queria colocar uma atriz do Brasil no clipe, para mostrar a beleza da mulher brasileira. E o produtor gostou da ideia”, afirma.
A química entre os dois funcionou no vídeo, que deve ficar pronto ainda em junho. O próximo passo será o lançamento oficial do single Around the World - “que já está tocando em algumas rádios do Brasil”, diz Tricks- e também a divulgação do EP com oito músicas que está em fase de produção. Esses últimos dias tem sido só de trabalho e produção. Segundo Flavio, que já gravou várias músicas sob o comando de Jim.
Claro que o momento emotivo da Copa do Mundo vai ser o background favorável para o lançamento nos Estados Unidos.
Divulgação no Brasil
No Brasil, a divulgação já começou antecipada. Durante dois meses, Tricks passou por Goiânia e Brasília, onde fez vários shows e a agenda incluiu divulgação com entrevistas em rádios e jornais locais.Ele também subiu ao palco da famosa casa Villa Mix, em Goiânia, ao lado de Mateus e Cauã, dupla da Audio MIX - produtora de Gustavo Lima e Jorge e Mateus - e abriu o show de Jarule no Brasil. “Foi muito legal cantar para um público de milhares de pessoas”, relembra. Público que ele espera ter em seus shows aqui nos EUA, também. “Só espero que todo mundo curta o meu trabalho, que se sinta tocado e motivado pela minha música”, conclui.