O presidente Donald Trump emitiu um memorando no início desta semana sugerindo novas restrições aos requerentes de asilo na fronteira mexicana - incluindo taxas de inscrição e restrições de permissão de trabalho - além de casos nos tribunais de imigração serem resolvidos dentro de 180 dias.
No documento enviado para Kevin McAleenan, o secretário interino de segurança interna, e o procurador-geral William P. Barr, o presidente deu mais um passo para reformular a lei de asilo, que é determinada pelo Congresso e deu aos funcionários do governo 90 dias para cumprimento da ordem.
O memorando pede especificamente que as autoridades estabeleçam uma taxa para os pedidos de solicitantes de refúgio e também para pedidos de permissão de trabalho.
Porém, o memorando não esclarece como os planos seriam executados nos tribunais de imigração, onde mais de 800.000 casos estão pendentes, com um tempo médio de espera de quase dois anos.
Juiz federal barra proposta de Trump de proibir asilo a imigrantes
A administração vem tentando restringir o número de migrantes que podem solicitar asilo por dia, quem se qualifica e onde eles devem esperar por uma resolução - políticas de imigração que foram objetos de vários processos judiciais federais. "O objetivo deste memorando é fortalecer os procedimentos de asilo para proteger nosso sistema contra o abuso desenfreado de nosso processo de asilo", disse Trump no documento. "Há uma razão que damos às pessoas autorizações de trabalho enquanto estão à espera de asilo, para que elas possam sustentar a si e não tenham que depender da ajuda do governo durante esse tempo", disse Michelle Brane, diretora dos direitos dos migrantes e justiça na Comissão de Refugiados para Mulheres. Enquanto a maioria dos solicitantes de asilo passa pela primeira entrevista com um oficial de asilo, apenas cerca de 20% ganham o direito de viver e trabalhar nos Estados Unidos. Os candidatos devem mostrar evidências de perseguições passadas e estabelecer um medo "bem fundamentado" de que enfrentariam perigo se voltassem para casa. "Se os democratas não nos derem votos para mudar nossas leis de imigração fracas, ineficazes e perigosas, devemos lutar arduamente por esses votos nas eleições de 2020", escreveu o presidente no Twitter depois que a Casa Branca publicou seu pedido.Juiz impede Trump de devolver ao México imigrantes candidatos a asilo
Aumento de famílias
O grande número de famílias que pedem asilo nos EUA tem sobrecarregado o sistema e, por causa de regras que proíbem prender crianças em detenção por mais de 20 dias, algumas famílias são libertadas em comunidades ao longo da fronteira. Além disso, mais de 103.000 imigrantes cruzaram a fronteira sudoeste em março sem autorização, um aumento em relação aos mais de 76.000 que cruzaram em fevereiro. A agência de Imigração e Alfândega, também conhecida como ICE, possui mais de 50.000 imigrantes detidos atualmente. Um dos números mais altos já registrados e mais de 5.000 além do limite estipulado pelo Congresso de 45,274.México deve tomar decisões
Trump já deixou bem claro que o México deveria se posicionar de forma mais rigorosa com relação aos imigrantes que acabam atravessando o país para buscar refúgio nos EUA. "Os coiotes e cartéis de drogas estão no controle total do lado do México da fronteira sul. Eles têm laboratórios por perto, onde fabricam drogas para vender nos EUA. O México, um dos países mais perigosos do mundo, deve erradicar esse problema agora. Além disso, pare a MARCHA para os EUA.", escreveu em seu twitter. Com informações do The New York Times. Leia aindaJuízes de imigração negam mais de 80% de pedidos de asilo em Miami e Orlando
