Trump gera conflito ao retirar EUA do Acordo de Paris

Por Gazeta News

Trump Acordo de Paris Reuters

O presidente Donald Trump retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris contra as mudanças climáticas, gerando uma imediata onda global de críticas e colocando o país em conflito com aliados.

Em pronunciamento na quinta-feira, dia 1º de junho, Trump afirmou que todos os compromissos não vinculativos adotados pela adesão ao acordo estariam cessados a partir desta data. “A partir de hoje (quinta-feira), os Estados Unidos cessarão toda a implementação do Acordo de Paris não vinculativo e os encargos financeiros e econômicos draconianos que o acordo impõe ao nosso país”, afirmou Trump em pronunciamento no jardim da Casa Branca.

Trump afirmou que a decisão foi tomada em cumprimento com o dever de proteger a América e seus cidadãos. No entanto, o presidente declarou que seu governo está disposto a negociar um novo acordo. “Então, estamos saindo, mas vamos começar a negociar e veremos se podemos fazer um acordo que seja justo. E se pudermos, isso é ótimo. E se não pudermos, tudo bem. Como presidente, não posso colocar outra consideração na frente do bem-estar dos americanos”, expressou.

Porém, em uma declaração conjunta, Alemanha, França e Itália alertaram a Casa Branca de que o Acordo “não pode ser renegociado”.

A decisão aprofunda um atrito com aliados dos EUA e coloca o país ao lado de Síria e Nicarágua como as únicas nações do mundo a não participarem do acordo histórico de 195 países firmado em Paris em 2015.

O ex-presidente Barack Obama, um dos principais artífices do Acordo de Paris, afirmou em comunicado que a decisão de se retirar do pacto global faz com que os Estados Unidos “rejeitem o futuro”.

“Mesmo na ausência da liderança americana, mesmo que esta administração se una a um pequeno grupo de nações que rejeitam o futuro, estou confiante de que nossos estados, cidades e empresas vão avançar e fazer ainda mais para indicar o caminho e ajudar a proteger o único planeta que temos para as futuras gerações”, disse.

Os principais países europeus e asiáticos condenaram a decisão do presidente Trump. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse que a decisão adotada pela Casa Branca era “seriamente equivocada”.

A chanceler alemã, Angela Merkel, lamentou o passo dado por Trump, e pediu que se continue com “a política climática que preserva a nossa Terra”. O presidente francês, Emmanuel Macron, foi mais específico e reforçou que “nada é negociável” nesse pacto.

“A China seguirá implementando as promessas que fez durante o Acordo de Paris”, disse o primeiro-ministro chinês Li Keqiang em Berlim, após um encontro com Merkel.

Na América Latina, o Chile expressou sua “profunda decepção” com o anúncio de Trump, por considerar que a implementação do Acordo é “fundamental para o bem-estar das gerações presentes e futuras”.

Horas antes do anúncio, a China e a União Europeia defenderam com vigor o Acordo de Paris, que pretende limitar o aumento da temperatura global “abaixo de 2ºC” em relação à era pré-industrial.

Com informações da Reuters.