Trump assina o fim da política de imigração 'prender e soltar'

Por Arlaine Castro

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O presidente Donald Trump assinou na sexta-feira, 6, um memorando determinando medidas para acabar com a política conhecida como "prender e soltar", sob a qual os imigrantes indocumentados detidos podem aguardar uma audiência sobre sua situação em liberdade em vez de presos. Como parte do memorando, Trump pediu ao secretário da Defesa, Jim Mattis, que produza uma lista de unidades militares que poderiam ser usadas para deter imigrantes ilegalmente no país. O fim da política “prender e soltar” é exigido por Trump dois dias depois de o presidenteordenar o envio imediato da Guarda Nacionalpara proteger a fronteira do país com o México, onde um muro está sendo construído. O presidente diz que quer evitar a migração em massa e o tráfico de drogas. Trump alertou que a segurança do país está ameaçada pelo aumento drástico de atividades ilegais na fronteira, incluindo o fluxo de "grandes quantidades de fentanil, outros opioides e novas drogas perigosas e ilícitas [...] em níveis sem precedentes". Ainda sobre as mudanças nas políticas imigratórias, o procurador-geral Jeff Sessions também anunciou na sexta-feira a adoção de uma política de "tolerância zero" para com a entrada de imigrantes ilegalmente pela fronteira com o México. A medida é destinada aos serviços no sul da Califórnia, Arizona, Novo México, e oeste e sul do Texas. O comunicado, que cita dados do Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos da América (EUA), refere que entre março de 2017 e março último o número de imigrantes que passaram a fronteira sul de forma ilegal aumentou 203%. Entre fevereiro e março deste ano o crescimento foi de 37%, o maior desde 2011. "A situação na fronteira sudoeste e inaceitável", considerou Jeff Sessions que responsabilizou o Congresso dos EUA de ter falhado na aprovação de legislação eficaz para ajudar o interesse nacional no sentido de fechar as "estradas perigosas e financiar, por completo, o muro ao longo da fronteira sul". Jeff Sessions pediu aos investigadores do seu departamento para que façam cumprir a lei, o que considerou como fundamental para proteger o país, as suas fronteiras e os seus cidadãos. DACA No domingo de Páscoa, enquanto ainda estava em Mar-a-Lago, o presidentereiterou um pedido ao Congresso para aprovar uma nova legislação anti-imigração. Um dia antes, havia feito ameaças a um acordo comercial com o México e declarado que não cogitava uma nova lei para proteger jovens imigrantes. Trump disse estar aberto a negociar com democratas do Congresso para receber fundos para o muro em troca de proteção para imigrantes jovens que entraram no país como crianças, os chamados "Dreamers". O ex-presidente Barack Obama lançou o programa em 2012. Trump o cancelou em outubro, mas tribunais determinaram que por ora ele pode continuar em vigor. Apesar das concessões de Trump aos parlamentares democratas no tema da imigração, nenhum acordo ainda foi firmado. O Senado, que é controlado pelos republicanos, estudou várias propostas ligadas ao tema em fevereiro, mas rejeitou todas. Com informações do The New York Times.