Shoppings
Sei da importância dos grandes malls, mas sinceramente prefiro o comércio de rua, ainda que aqui nos Estados Unidos isso mal exista. Uma pena. O poder que os shoppings exercem sobre os pequenos é injusto. Dificilmente alguém consegue abrir um primeiro negócio já dentro de um grande shopping. Claro que tudo isso depende do investimento que o empreendedor tem disponível. E tem que ter muito dinheiro.
Os grandes centros de compras cobram por tudo e de modo quase – para não dizer sempre –, abusivo. Ok, entendo perfeitamente que eles têm a favor deles a conveniência de se colocar um monte de consumidores debaixo do mesmo teto, mas mesmo assim, é abusivo. Para quem está começando e que passa pela fase dura de posicionar sua marca no mercado, diria que assusta, talvez até desanime.
Já negociei com shoppings. Já passei por esse calvário no Brasil, quando um cliente queria porque queria começar seu business por esta via.
A primeira dificuldade é que eles mal te olham na cara se você não tiver um histórico de vendas. Oras bolas, como ter um histórico de vendas se você está abrindo sua primeira loja? Eles não querem quem está começando. Simples assim.
Evidentemente que há um excelente motivo por trás disso, eles não querem rotatividade, querem que quem entre fique lá para sempre e isso é muito mais fácil de ocorrer com empresas e marcas já consolidadas.
Quase uma estrada de uma só via. Negociar não é isso.
O mundo, ao contrário do que pregam aquelas frases estúpidas postadas no Facebook, não é dos corajosos, é dos covardes. Ninguém quer arriscar. As pessoas de um modo geral buscam garantias. E o que são as empresas senão a visão de seus comandantes?
Eu gosto mesmo é do risco. Acho muito legal quando um cliente me procura querendo ajuda para empreender porque gosto de pessoas corajosas. Gosto ainda mais quando o dinheiro é contado. É um desafio muito grande fazer o negócio dos outros dar certo quando a quantia a ser investida é contada centavo por centavo. A margem de erro é mínima e isso me obriga a fazer um trabalho de excelência.
Mas sou um ponto fora da curva. As garantias que sempre busquei na minha longa jornada no empreendedorismo sempre foram a a lucidez para saber se tinha ou não capacidade de fazer isso ou aquilo. É o que passo aos clientes também nos processos de Coaching.
Espero que o comércio de rua não acabe nunca. É de lá que vem as grandes ideias e os grandes empreendedores. O que eu gostaria mesmo é que esses empreendedores jamais migrassem para os grandes shoppings. Isso obrigaria a essa gente mudar um pouco sua visão arrogante.
Eles só abusam porque há quem pague. Quando não houver, aí a coisa muda. Quem precisa do comerciante é o shopping e não o contrário.