Severino antecipa volta e diz que não renuncia
O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti, decidiu antecipar em um dia seu retorno dos Estados Unidos ao Brasil. Ele vai embarcar de volta ao país na noite desta sexta-feira.
Ao anunciar a decisão, Severino disse que não poderia retornar ao Brasil sem falar "da indignação, da revolta, da maneira como está sendo conduzido este episódio".
Ele se referiu às denúncias feitas pelo empresário Sebastião Buane de que Severino teria cobrado propina para que ele obtivesse a concessão para o funcionamento de um restaurante no Congresso Nacional.
"São mentirosas as declarações. Eu, com 42 anos de vida pública, sou um homem correto, um homem sério. Esse sujeito vem fazendo afirmações sem provas."
Licença?
Severino afirmou que não vai renunciar ao seu mandato.
"Renúncia não existe. Não conheço essa palavra."
Indagado se pediria licenciamento de seu cargo enquanto as denuncias são apuradas, ele disse que vai conversar "sobre isso com meus auxiliares".
"Quero que tudo seja apurado. Quem tiver feito alguma coisa, que pague, mas não aceito ser enforcado antes do tempo."
Cheque
Severino acrescentou que não denunciará mais ninguém.
"Vim à Nova York, cumpri com meu dever. Não estou preso a nada, sou um homem livre. Vou voltar ao meu país, Severino Cavalcanti continua o mesmo", disse ele.
"Eu não assinei esse documento, esse documento foi jogado por ele (se referindo a Buane). Esse sujeito vem fazendo afirmações sem provas. Vou ao Brasil dar as informações necessárias para que o Brasil saiba que eu não tenho nada a ver com isso."
Perguntado sobre a existência de um cheque que teria sido pago a ele, Severino disse: "Eu pedi a uma comissão da policia para investigar, ao tribunal de contas, mas esse sujeito tem três versões diferentes."
"Ele já declarou que nada tinha contra mim."
Com a antecipação da volta, Severino cancelou um jantar na residência oficial do embaixador brasileiro na ONU, Ronaldo Sardemberg. Ele teria a agenda livre no sábado.