O governador Rick Scott declarou emergência de saúde pública a luta contra a epidemia de narcóticos que vem matando milhares de pessoas no Estado.
Em comunicado à imprensa na quarta-feira, 3, o governador liberou uma verba inicial de $27 milhões de dólares para expansão do tratamento dos dependentes químicos.
Scott realizou visitas desde o início da semana em condados com maior índice de mortes pelo uso de narcóticos na Flórida e ouviu autoridades e familiares envolvidos na luta com os dependentes químicos.
A ordem permite que o estado "tire imediatamente" dinheiro de uma doação federal de $54 milhões concedida à Flórida em 21 de abril para fornecer serviços de prevenção, tratamento e recuperação de viciados. Sem a ordem, levaria meses para o Estado distribuir o dinheiro para as comunidades locais.
Em 2016, overdoses de opiáceos mataram 582 pessoas em Broward e 592 pessoas em Palm Beach County, disseram as autoridades.A declaração exige que o cirurgião-geral da Flórida, Celeste Philip, emita uma ordem permanente exigindo que os farmacêuticos tenham à disposição dos primeiros-socorros o narcótico de reversão de overdose, também conhecido como Narcan.
Alguns defensores do tratamento disseram que Scott deveria ter emitido a ordem mais cedo, seguindo a liderança tomada pelos governadores na Virgínia, Nova Jersey, Alasca e outros estados para combater uma epidemia que matou mais de 33 mil pessoas em 2015.
O Condado de Palm Beach é um dos mais afetados no estado, com índices altos de mortes por overdose. O prefeito de Delray Beach, Cary Glickstein, cuja cidade está na linha de frente da epidemia, disse esperar que o estado ofereça mais detalhes sobre o que significa a declaração para os municípios e quando realmente as verbas chegarão aos municípios.
A doação federal de $54 milhões de dólares aborda toda a crise de narcóticos, incluindo heroína e drogas prescritas. A declaração de emergência de Scott permite que o DCF comece a gastar os $27 milhões de dólares do primeiro ano imediatamente, sendo $17 milhões destinados a pagar a ampliação do tratamento assistido para as pessoas que lutam para parar o uso de drogas.
A verba também irá para resolver o problema crescente de bebês nascidos em retirada do uso de narcóticos das mães.Muitos legisladores disseram que acreditaram em 2011 que uma repressão na fabricação das pílulas e, em particular, as vendas de prescrição OxyContin travaria o que é conhecido como Síndrome de Abstinência Neonatal, porém, aconteceu justamente o oposto: como a heroína suplantou os medicamentos prescritos, os casos de NAS na Flórida cresceram 86% entre 2010 e 2015, indo para para quase 2.500 casos.
Durante esses cinco anos, o NAS foi um problema de $967 milhões de dólares para os hospitais em todo o estado da Flórida. Uma investigação do Palm Beach Post descobriu que quase tudo foi faturado para Medicaid, o programa de saúde do estado para os pobres.
Na Flórida, durante um período de seis anos, o Medicaid faturou $2,9 bilhões de $5,7 bilhões em heroína relacionados com taxas de hospitais.Em apenas quatro municípios onde o governador realizou suas visitas para certificar a situação, o faturamento de hospital de tratamento de droga totalizou $1,2 bilhões entre 2010 e os três primeiros trimestres de 2015.
The Palm Beach Post.
