O governo da China afirmou nesta terça-feira que a adoção de salvaguardas contra as suas exportações pelo Brasil seria “prejudicial” para as relações entre os dois países.
Os chineses querem continuar as negociações para que as autoridades brasileiras não levem adiante os planos de criação de um mecanismo legal para proteger o setor privado de concorrentes do país asiático.
“A aplicação de uma salvaguarda não seria positiva para a relação entre os dois países”, declarou em Genebra (Suíça) o embaixador chinês na Organização Mundial do Comércio (OMC), Sun Zhenyu.
“Fomos informados de que as negociações continuarão e que não haverá a aplicação das salvaguardas por enquanto.”
Cooperação
Os dois países cooperam em várias áreas nas negociações da Organização Mundial do Comércio, como por exemplo as pressões pelo fim dos subsídios agrícolas oferecidos pelos governos da Europa e dos Estados Unidos aos seus produtores.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, espera ver a regulamentação das medidas de salvaguarda publicada no Diário Oficial nos próximos dias.
Furlan esteve em Pequim na semana passada em busca de uma solução negociada para as divergências comerciais, mas não alcançou nenhum acordo.
A Europa e os Estados Unidos já vêm negociando há meses com Pequim formas de conter as exportações de empresas chinesas.
Sem sobretaxas, muitos produtos chineses chegam aos destinos de exportação com preços bem inferiores aos que a indústria nacional são capazes de oferecer.
Os europeus chegaram a barrar em seus portos carregamentos chineses com milhares de peças de roupas – que foram liberadas no mês passado após duras negociações.