No dia 7 de dezembro de 2017 a renomada revista científica JAMA, publicou um artigo ressaltando os conflitos de interesses nas publicações e nas pesquisas sobre alimentos e nutrição (1). No texto, os autores relatam que a indústria alimentícia tem boas razões para exercer uma forte influência sobre a comunidade científica e suas pesquisas, assim como sobre o marketing.
Uma crítica muito bem colocada pelos autores é que a aceitação inocente de financiamento para pesquisas pela própria indústria alimentícia acaba por influenciar de forma danosa os resultados e as análises dos resultados.
Não apenas a indústria pode lucrar com isso, mas também os próprios pesquisadores, já que os livros sobre dietas e alimentos estão na lista dos mais vendidos atualmente. Sem falar na influência pessoal dos pesquisadores, que têm também suas crenças e religiões muitas vezes atreladas aos hábitos alimentares, como no caso dos jejuns.
Um ponto muito interessante levantado nesse artigo é que os leitores deveriam saber antes se o autor da pesquisa é vegetariano ou adepto a alguma dieta conhecida e, a partir desse ponto, analisar os resultados que podem ser tendenciosos. E além disso tudo, as distorções trazidas pela forma como as mídias divulgam os resultados originais e ainda como eles são novamente distorcidos pelas publicações leigas nas mídias sociais. Tudo isso pode explicar a verdade sobre as dietas que fazem a moda, que inundam as páginas das mídias escritas e somem, vindo aparecer novamente após alguns anos. Muita leitura errada, muita interpretação errada e sobretudo um grande viés por parte dos pesquisadores. Na minha opinião, para que tudo isso seja minimizado, basta haver honestidade. Da parte do pesquisador em divulgar suas preferências e crenças, daqueles que divulgam em mídias sociais em assumirem um possível desconhecimento para interpretar os artigos científicos e da parte da indústria de alimentos, mais honestidade ainda.