O rio intermitente, também referido como rio temporário, tem duração somente em períodos de chuvas e cheias, ocorridas, na maioria dos casos, na estação do inverno, com excesso de água em seu curso e falta de água em tempos de seca, principalmente, no verão. O rio que não seca é considerado perene.
No Brasil, a maioria dos rios são perenes, como o Amazonas e o São Francisco, mas, no Nordeste brasileiro, a maioria dos rios são temporários, como o Jaguaribe e o Rio Piranhas-Açu. Esse tipo de rio ocorre muito em países árabes, onde são considerados um oásis.
Segundo pesquisadores, os rios intermitentes apresentam uma ecologia diferente dos rios permanentes. Nos rios áridos há intensa perturbação hidrológica natural que exerce influência na organização do rio, porém, em áreas úmidas e temperadas, a perturbação é menor.
O Semi-Árido brasileiro, em suas áreas úmidas, apresenta rios intermitentes que são refúgios de água para o bioma local, fortalecendo a diversidade biológica. Há pesquisas que buscam entender até que ponto uma perturbação hidrológica pode influenciar na organização do ecossistema desses rios e no comportamento de espécies aquáticas, considerando todo o funcionamento geral dos ecossistemas fluviais.
Nos rios intermitentes do Semi-Árido, a pertubação hidrológica exerce influência sobre a estrutura e funcionamentos desses ecossitemas, tendo conhecimento sobre a intensidade do rio, duração do mesmo, sua frequência e previsibilidade como agentes de influência nos modelos de sucessão ecológica das espécies aquáticas no ciclo desses rios.
Em agosto de 2012, a comissão especial do Congresso que analisa a medida provisória do Código Florestal decidiu por votos que somente os rios perenes seriam protegidos dentro das APP’s (Áreas de Proteção Permanente), concedendo o direito ao proprietário de uma determinada terra de transformar o local do rio intermitente em pasto, roça ou estrada.
A partir dessa decisão, o rio Jaguaribe ficou ameaçado, apesar de seus leitos estarem localizados nos açudes do Castanhão e de Orós, no estado do Ceará. A decisão recebeu críticas de políticos e ambientalistas. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, 80% dos rios do Piauí são intermitentes, tal lei atingirá 50% dos rios brasileiros, comprometendo diversas bacias hidrográficas, num país que necessitará preservar suas fontes e reservas hídricas no século XXI, a postura política brasileira tem sido criticada em todo o mundo em relação ao novo Código Florestal e à preservação de nossos ecossistemas.