O resultado das eleições primárias na Argentina, realizada no domingo, 11, aumentou a cotação do dólar e também preocupa o governo brasileiro. Na prévia da eleição presidencial argentina, a chapa da ex-presidente Cristina Kirchner venceu o atual presidente, Maurício Macri , nas eleiçoes presidenciais marcadas para 27 de outubro.
Nesta terça-feira, 13, o dólar abriu a manhã vendido a R$ 4,008. Um dia antes, a moeda também atingiu R$4 reais, mas logo depois caiu, fechando o dia em R$3,98.
Assim como o governo dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro fez declarações em favor de Macri e contra a volta de Cristina ao poder. Na segunda-feira, 12, Bolsonaro falou sobre o resultado e citou preocupação da Argentina se transformar numa nova "Venezuela", com cidadãos fugindo para o Brasil, como acontece no norte do Brasil, em Roraima.
"Povo gaúcho, se essa 'esquerdalha' voltar aqui na Argentina, nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul, um novo estado de Roraima. E não queremos isso: irmão argentinos fugindo pra cá, tendo em vista o que de ruim parece que deve se concretizar por lá caso essas eleições realizadas ontem se confirmem agora no mês de outubro", disse Bolsonaro.
Futuros acordos comerciais do Mercosul
Uma das razões para o sinal de alerta é que Macri e Bolsonaro têm em comum um projeto de reduzir pela metade, a partir do ano que vem, as alíquotas de importação da Tarifa Externa Comum (TEC) usada pelo Mercosul no comércio com países que não fazem parte do bloco. Na hipótese de Cristina — vice da chapa liderada pelo peronista Alberto Fernández — vencer e decidir não seguir essa estratégia, o Brasil poderá seguir sozinho no processo de abertura comercial, o que significaria o fim da TEC.
Com 99,37% das urnas apuradas, Alberto Fernández, que montou chapa com a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, teve 47,66% dos votos. Macri, candidato de direita à reeleição e que tem o apoio declarado de Bolsonaro, recebeu 32,08% dos votos. Com informações da Reuters e O Globo.