Ainda consternados pela tragédia, os estudantes da Marjory Stoneman Douglas em Parkland, sul da Flórida, retornaram à aula pela primeira vez nesta quarta-feira, 28, desde a tragédia. Há 14 dias, o ex-aluno Nikolas Cruz invadiu e atirou em alunos e funcionários, causando 17 mortes e vários feridos.
As aulas retornam ainda em meio à investigação das autoridades. O policial que fazia a segurança da escola no dia pediu demissão, mas negou ter se acovardado diante do ocorrido, como teria dito o xerife, Israel Scott, ao comentar sobre as falhas que permitiram o massacre. Dois policiais também estão sob investigação pela conduta no momento do ataque porque não teriam entrado no prédio para evitar as mortes.
A escola retomou as atividades sem alunos na última segunda e terça-feira, com planejamento da equipe de professores e funcionários. Os alunos devem ter um cronograma modificado para as aulas que deve seguir até o dia 5 de março. O prédio 12, onde ocorreu o massacre permanecerá fechado e o distrito escolar quer sua demolição para construir um memorial às vítimas no lugar.
Dentro da escola, voluntários se juntaram a policiais para dar boas-vindas aos alunos. Do lado de fora, bandeiras de apoio podem ser vistos penduradas em cercas em torno do campus.
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Mesmo assim, os alunos estão assustados e receosos de retornar à escola depois de viverem momentos de desespero e medo.
Filha de brasileiros, a jovem Mirella Amaral, 14 anos, freshman do 9º ano, estava no mesmo prédio em que ocorreu o tiroteio. Ainda muito abalada, a jovem está fazendo acompanhamento psicológico oferecido pela escola e está com receio de retornar às aulas. “Aos poucos ela vai se abrindo sobre a tragédia. Ela disse que viu corpos no chão e muito sangue. Está muito abalada, não quer nem sair de casa. Vai voltar à escola, mas está com medo, é claro”, relata a mãe Priscila Beneditti.
Cruz permanece detido sem direito à fiança e pode ser condenado à pena de morte ou prisão perpétua, acusado de 17 homicídios, entre outras acusações que pesam sobre ele.
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