O conto é dos irmãos Grimm, que vasculharam cidades e vilarejos pela Alemanha e Europa da Idade Moderna coletando histórias populares e transcrevendo-as no que hoje chamamos de contos de fada.
O príncipe sapo é uma história conhecida. Nela, um príncipe havia sido transformado em um sapo feio por uma bruxa má. Uma princesa, brincando com sua bola de ouro no jardim do palácio, se depara com ele. A bola cai no laguinho e o sapo a resgata em troca de... Ele deseja fazer parte da vida dela.
A princesa tenta evitar cumprir a promessa, mas o sapo aparece no jantar e come do mesmo prato dela. Encontrando-o depois em sua cama, a princesa, enojada, o atira contra a parede e é então que se quebra o feitiço. A criatura não era sapo nenhum, era um belo príncipe finalmente liberto de sua condição de anfíbio repelente.
Esta é a versão original do conto. Nele não há o beijo da princesa. E, portanto, a moral original não era a do amor abnegado da moça que faz com que o belo moço possa finalmente se manifestar. Não é para beijar sapos feios! É na rejeição firme que o sapão feio se transforma em homem bonito. É o fato de não aceitar o sapo, enquanto sapo, que permite que o príncipe nele emerja.
Interessantemente, a condição de sapo é o resultado de um feitiço malvado de uma bruxa; ou seja, de uma mulher mais velha, que aprisionou o belo nesse semblante pouco atraente. Não terá sido, por acaso, aquela que o mimou, o serviu, que lhe fez acreditar que ele era o senhor de quem ela satisfazia todos os seus desejos? Qualquer homem assim criado vira sapo.
E tal homem espera de sua “princesa” que ela continue o projeto, beijando sua feiura sem hesitar. Isso, na verdade, o mantém sapo. Tudo o que não queremos. Para que se transforme em moço bonito é preciso atirar o sapo contra a parede, ou seja, rejeitar por completo o negócio. Dizer não a sapos na sua cama! Não beijar sapos. Não querer sapos em sua vida.
Parece que a sabedoria popular queria dizer isso às mulheres: não aceitem o que não for bom para vocês. Recusem veementemente e radicalmente a feiura de alma, de mentalidade, de postura dos homens. Rejeitem de vez a imposição e o abuso.
Agora, há uma outra versão e esta tem um significado mais profundo. Quais sapos merecem o beijo da bela princesa? São aqueles sapos que não representam homens de carne e osso, mas o masculino interior da mulher, que ela vê como feio, acostumada como está a seguir as regras dos outros e a não pensar com sua cabeça, a não dar crédito às inclinações, desejos, buscas de sua alma. Se trata daquela mulher que não se valoriza o suficiente, que não acredita ainda em si.
Não é um acaso que a princesa encontra o sapo por causa de sua bola de ouro (a totalidade de seu ser) que cai no lago (afunda no inconsciente por inexperiência dela). A princesa é jovem e confusa sobre metas e direções. Precisa do auxílio das forças profundas. Eis que surge o sapo. Ela não gosta do que surgiu. Mas é isso aí, é isso que apareceu e com isso ela precisa lidar.
Aceitando finalmente entrar em relação com o sapo, a princesa o beija: lhe dá crédito, ama o que percebe feio dentro de si. Dessa fé de que algo que veio de sua interioridade desconhecida possa ser bom nasce o verdadeiro princípio (príncipe) da vida dela. Novo começo, nova direção, nova visão de vida. O conto é dos irmãos Grimm, que vasculharam cidades e vilarejos pela Alemanha e Europa da Idade Moderna coletando histórias populares e transcrevendo-as no que hoje chamamos de contos de fada.
O príncipe sapo é uma história conhecida. Nela, um príncipe havia sido transformado em um sapo feio por uma bruxa má. Uma princesa, brincando com sua bola de ouro no jardim do palácio, se depara com ele. A bola cai no laguinho e o sapo a resgata em troca de... Ele deseja fazer parte da vida dela.
A princesa tenta evitar cumprir a promessa, mas o sapo aparece no jantar e come do mesmo prato dela. Encontrando-o depois em sua cama, a princesa, enojada, o atira contra a parede e é então que se quebra o feitiço. A criatura não era sapo nenhum, era um belo príncipe finalmente liberto de sua condição de anfíbio repelente.
Esta é a versão original do conto. Nele não há o beijo da princesa. E, portanto, a moral original não era a do amor abnegado da moça que faz com que o belo moço possa finalmente se manifestar. Não é para beijar sapos feios! É na rejeição firme que o sapão feio se transforma em homem bonito. É o fato de não aceitar o sapo, enquanto sapo, que permite que o príncipe nele emerja.
Interessantemente, a condição de sapo é o resultado de um feitiço malvado de uma bruxa; ou seja, de uma mulher mais velha, que aprisionou o belo nesse semblante pouco atraente. Não terá sido, por acaso, aquela que o mimou, o serviu, que lhe fez acreditar que ele era o senhor de quem ela satisfazia todos os seus desejos? Qualquer homem assim criado vira sapo.
E tal homem espera de sua “princesa” que ela continue o projeto, beijando sua feiura sem hesitar. Isso, na verdade, o mantém sapo. Tudo o que não queremos. Para que se transforme em moço bonito é preciso atirar o sapo contra a parede, ou seja, rejeitar por completo o negócio. Dizer não a sapos na sua cama! Não beijar sapos. Não querer sapos em sua vida.
Parece que a sabedoria popular queria dizer isso às mulheres: não aceitem o que não for bom para vocês. Recusem veementemente e radicalmente a feiura de alma, de mentalidade, de postura dos homens. Rejeitem de vez a imposição e o abuso.
Agora, há uma outra versão e esta tem um significado mais profundo. Quais sapos merecem o beijo da bela princesa? São aqueles sapos que não representam homens de carne e osso, mas o masculino interior da mulher, que ela vê como feio, acostumada como está a seguir as regras dos outros e a não pensar com sua cabeça, a não dar crédito às inclinações, desejos, buscas de sua alma. Se trata daquela mulher que não se valoriza o suficiente, que não acredita ainda em si.
Não é um acaso que a princesa encontra o sapo por causa de sua bola de ouro (a totalidade de seu ser) que cai no lago (afunda no inconsciente por inexperiência dela). A princesa é jovem e confusa sobre metas e direções. Precisa do auxílio das forças profundas. Eis que surge o sapo. Ela não gosta do que surgiu. Mas é isso aí, é isso que apareceu e com isso ela precisa lidar.
Aceitando finalmente entrar em relação com o sapo, a princesa o beija: lhe dá crédito, ama o que percebe feio dentro de si. Dessa fé de que algo que veio de sua interioridade desconhecida possa ser bom nasce o verdadeiro princípio (príncipe) da vida dela. Novo começo, nova direção, nova visão de vida. 