Los Angeles
- O drama biográficoTrial by Fire
também chega as telonas na próxima sexta-feira, dia 17 de maio. A trágica e controversa história de Cameron Todd Willingham, que foi executado no Texas por ter matado seus três filhos em um incêndio, depois que provas científicas e depoimentos de especialistas foram manipulados. Depois de recorrer várias vezes alegações de inocência e com provas da manipulação, ele recebeu a injeção letal. O roteiro escrito pelo premiado roteirista Geoffrey Fletcher foi baseado na matéria de David Grann publicada no The New Yorker em agosto de 2009. Geoffrey ganhou o Oscar de Melhor Roteiro para o drama Precious de 2009. Desde então, seus projetos anteriores não tiveram muito êxito. Foi quando o premiado diretor Edward Zwick o contatou para falar sobre o projeto e eles começaram a trabalhar em transformar o artigo em um roteiro de filme. No elenco estão Jack O’Connell, que interpreta Cameron Todd Willingham, Laura Dern, Emily Meade, Jade Pettyjohn, Chris Coy, Carlos Gómez, entre outros. Para contar como foi esse processo, eu tive a oportunidade de conversar com o roteirista por telefone essa semana. Vamos conferir trechos da entrevista:Jana – Como você se envolveu nesse projeto?
Geoffrey Fletcher – Meu agente comentou sobre o projeto e disse que o Ed Zwick e a produtora Allyn Stewart já estavam trabalhando no filme. Eu admirava o trabalho de Ed há muitos anos e quando soube a história, fiquei animado, porque é um assunto muito importante. Nós temos um sistema judicial notável, mas ainda temos um grande caminho a percorrer. Segundo Byron Stevenson, diretor da Equal Justice Initiative, o nosso sistema judicial trata melhor o rico que é culpado do que o pobre que é inocente.O artigo do David traz um assunto como uma gama de oportunidades para criar uma trama interessante, um roteiro atraente e com personagens notáveis.Jana – O elenco ajuda também...
Geoffrey – Claro! Você vê as performances de Laura Dern, Jack O'Connell e Emily Meade e nota que elas são bem profundas. Eles colocaram toda a sua habilidade para traçar o caminho das personagens tentando empatizar com a situação; para que sentissemos realmenter a injustiça, mas também questionar a situação.Jana – No filme, Todd aparece já com a sentença de morte e, nesse momento, já o conhecemos . Talvez em outra trama, a sentença aparecia dez minutos depois do início do filme. Por que vocês decidiram ir por esse caminho?
Geoffrey – Sim, decidimos ir por esse caminho para que o público tenha empatia pela história e pela personagem. Esta história nos apresenta uma oportunidade para examinarmos nosso impulso em assumir a culpa e os preconceitos envolvidos. Eu acredito que por essa razão o público não vai esquecer esta história e também espero que faça a diferença na vida delas quando votam, assistem as notícias ou sejam parte de um júri.Jana – Pode falar um pouco sobre a experiência de ter escrito algo e ficar guardado por alguns anos para ser produzido?
Geoffrey – Claro! Eu penso assim: você dá o melhor de si nos projetos e espera que ele entre em produção, mas, às vezes, você precisa colocar de lado e ir fazer outro projeto. Quando você pensa e esquece por um momento, parece que as coisas avançam.Jana – Você vai dirigir novamente em algum momento da sua carreira?
Geoffrey – Vou sim! Tenho algumas ideias de roteiro e estou escrevendo uma delas. Acredito que logo você verá um filme dirigido por mim de novo.