
Resultado em pacientes em estado grave
Segundo eles, um estudo que será publicado nos próximos dias mostra os resultados para 2.104 pacientes selecionados aleatoriamente, que foram medicados com a dexametasona, por via oral ou intravenosa. Eles foram comparados a 4.321 pacientes tratados convencionalmente. Os números mostram que a redução de mortes foi de 35% para pacientes que precisavam de tratamento com respiradores e 20% para os que precisavam de suporte de oxigênio. Não houve registro de que a droga seja eficiente em casos menos severos. "Este é um resultado extremamente bem-vindo", disse Peter Horby, da Universidade de Oxford, em comunicado reproduzido pela agência AP. "O benefício da sobrevivência é claro e amplo nestes pacientes que estavam doentes o suficiente para precisarem de tratamento com oxigênio. Então, a dexametasona pode agora se tornar padrão no cuidado destes pacientes." Ele ainda acrescentou: "A dexametasona é barata nas prateleiras e pode ser usada imediatamente para salvar vidas ao redor do mundo". Nick Cammack, um dos responsáveis pela Wellcome, projeto de caridade que banca pesquisas científicas, afirmou que, ainda que a droga só ajude em casos severos, "inúmeras vidas podem ser salvas pelo mundo". Outras entidades financiam os estudos, como a fundação de Bill e Melinda Gates. "Dexametasona agora precisa ser liberada e acessada pelas milhares de pessoas doentes pelo mundo. Ela é fácil de ser fabricada, barata, pode ser produzida rapidamente e precisa apenas de uma pequena dose", defendeu Cammack. Este estudo é o mesmo que mostrou neste mês que a hidroxicloroquina não mostrava eficácia contra o coronavírus. 11 mil pacientes da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte foram tratados com os protocolos comuns ou com um dos seguintes medicamentos: hidroxicloroquina, dexametasona, um combo anti-HIV, azitromicina, tocilizumabe, ou plasma de pessoas que se recuperaram da covid-19 e apresentavam anticorpos contra o coronavírus.