Enfrentando uma dificuldade crescente para a compra de drogas para injeções letais, penitenciárias americanas têm sido acusadas de usar métodos improvisados e possivelmente mais dolorosos para tirar a vida de presos condenados à morte. Nos 32 estados americanos que permitem a pena de morte, a injeção letal é o método principal de execução. Mas por causa de vários problemas, penitenciárias vêm tendo problemas de abastecimento.
Três fórmulas similares de injeção letal foram empregadas por décadas, até que uma companhia americana que fazia um desses ingredientes, tiopentato de sódio (barbitúrico de ação rápida, utilizado principalmente em anestesia e hipnose), parou de fornecê-lo.
As autoridades passaram então a usar novas drogas e, ocasionalmente, comprando-as em farmácias de manipulação. Na última semana, três execuções foram agendadas em três estados, usando três diferentes tipos de injeção letal, mas seus efeitos estão causando polêmica.
Um caso recente é o de Joseph Franklin, condenado à morte por matar um homem na saída de uma sinagoga em 1977 e acusado de uma série de outros assassinatos de motivação racial. Ele também confessou ter atirado contra o empresário de pornografia Larry Flynt em 1978, deixando-o paralítico. O americano deverá ser executado por injeção letal no Estado do Missouri no dia 20 de novembro.
As autoridades estavam planejando usar propofol, uma anestésico que ainda não é testado para fins de injeção letal, para a execução de Franklin e também de um segundo assassino confesso, Allen Nicklasson.
Mas o governo de Missouri adiou a execução de Nicklasson depois que foi divulgado que o uso de altas doses do propofol colocaria em risco os suprimentos dos hospitais da região.
Punição cruel
Opositores da pena de morte demonstram preocupação de que as injeções letais poderiam causar dor extrema, violando a proteção constitucional dos condenados à punição cruel. Eles também alertam para o crescente uso de drogas novas ainda não testadas que podem potencializar esse risco.
Em execuções anteriores, testemunhas afirmam ter visto alguns condenados se contorcer, vomitar e até gritar de dor após tomarem a injeção.