Ordem executiva deve beneficiar 22% dos brasileiros indocumentados

Por Gazeta News

Brazilian Day 9-1-13-0600
 

A maioria dos beneficiados da ordem executiva de Barack Obama será de mexicanos e centro-americanos. Entre os brasileiros, cuja população irregular nos EUA soma aproximadamente 100 mil pessoas, 22% (ou 22 mil) estão entre as que podem ficar livres da deportação pelas novas medidas de Obama. As informações são do Pew Research Center.

Os brasileiros estão entre o menor grupo entre os beneficiados. Somando-se aos que já eram protegidos por programas prévios, a porcentagem de brasileiros sobe para 31%, ou 31 mil pessoas.

Levando-se em conta todos os sul-americanos, 37% (ou 275 mil) estão agora mais distantes da deportação, tanto por conta da medida assinada por Obama quanto pelas iniciativas humanitárias prévias. As estimativas são feitas com base em dados demográficos de 2012.

Atualmente, estima-se que 11,2 milhões de imigrantes vivam ilegalmente nos Estados Unidos.

Mexicanos e centro-americanos De acordo com o Pew, 48% da população de indocumentados será beneficiada. Mais da metade dos mexicanos (55%) e pessoas de países de América Central (51%) se enquadrará em um dos planos de alívio de deportação que dará permissão de trabalho por três anos. Antes do anúncio das medidas no dia 20 de novembro, apenas 11% da população mexicana de indocumentados nos EUA se enquadrava em algum programa como o Deferred Action for Childhood Arrivals (DACA) ou através do Temporary Protected Status (TPS). Já os indocumentados da América Central, antes do anúncio, 24% eram protegidos por alguma lei.

Asiáticos Ainda de acordo com o Pew, aproximadamente 1/3 dos imigrantes asiáticos (34%) serão elegíveis.

Países de origem Depois do México, cuja população de indocumentados é estimada em quase 6 milhões, vem El Salvador, com 675 mil; Guatemala, com 525 mil; Índia, com 450 mil; Honduras, com 350 mil; Filipinas, com 200 mil; e Coreia, com 180 mil. Depois, a lista segue com República Dominicana (170 mil), Colômbia (150 mil), Equador (130 mil), Canadá (120 mil), Peru (120 mil), Haiti (110 mil) e Brasil, com 100 mil).

“De uma forma ou de outra, agora me encaixo”, diz brasileira

Uma brasileira que vive em Boca Raton é um caso típico de que não existe estereótipo para o imigrante indocumentado. “Falo inglês, espanhol e português fluente, sempre trabalhei por muitos anos em grandes empresas na área financeira, mas meu pedido para ser beneficiada pelo DACA estava parado há dois anos na imigração”, disse M.P., de 29 anos, que preferiu não ter seu nome publicado.

“Mas agora poderei ser beneficiada por causa de meu filho de 8 anos, que é cidadão americano”.

Há dois meses, a imigração havia pedido mais documentos para que M.P. desse andamento ao seu processo do Deferred Action for Childhood Arrivals, mas ela já estava aflita em esperar. “O pior é não ter carteira de motorista, isso que mais me deixa ansiosa”, disse. “Agora, o principal para mim é ter a permissão de ir para o Brasil ver meu pai e a minha avó, pois não vou desde 2002. Sou muito apegada a eles”.