Los Angeles
– A espera acabou! Um dos filmes mais esperados do ano, o live-action “Mulan”, vai estrear na plataforma digital Disney+ (Disney Plus) na sexta-feira, dia 4 de setembro. Baseado na versão homônima animada dos anos 90 sobre a lenda chinesa de Hua Mulan, o longa acompanha Hua Mulan, a espirituosa e determinada filha mais velha de um honrado guerreiro. Quando o Imperador da China emite um decreto que um homem de cada família deve servir no exército imperial contra os Huns, Mulan decide tomar o lugar de seu pai, que está doente. Assumindo a identidade de Hua Jun, ela se disfarça de homem para combater os invasores que estão atacando sua nação, provando-se uma grande guerreira. O roteiro, baseado no poema “The Ballad fo Mulan”, que também inspirou a animação de 1998, foi escrito por Rick Jaffa, Amanda Silver, Elizabeth Martin e Lauren Hynek. A cinematografia de “Mulan” é digna de uma exibição em uma tela grande, mas devido a pandemia, os estúdios Disney tomaram a decisão certa ao estrear o longa na plataforma digital como uma opção de acesso premium para os assinantes. Ao contrário de “Hamilton”, o longa faz parte do “Premier Access” da plataforma e para você acessar o filme, você precisará de não só assinar a plataforma digital, como também pagar um adicional de $30 dólares para assistir ao filme. A adaptação live-action do filme de animação de 1998, que tinha sua estreia marcada para estrear em março desse ano nos cinemas, têm um tom totalmente diferente e muitas mudanças, mesmo assim “Mulan” possui paisagens majestosas, trajes maravilhosos, um excelente elenco e uma ótima mensagem para as meninas. A versão moderna do longa é politicamente correta comparada com a original, mas foi preciso essa adaptação pelos dias em que estamos vivendo. O filme começa de uma forma familiar, mas depois muda para um território diferente com uma versão jovem de Mulan. Não há avó, mas ela tem uma irmã. O falcão é agora uma bruxa que muda de forma interpretada por Li Gong. Não há ancestrais, exceto por uma fênix na forma de um símbolo semelhante a uma pipa que guia Mulan quando ela está em perigo ou sem direção. O vilão também tem um proposito diferente. Mas, há muitas cenas que os fãs vão reconhecer e amar. A direção ficou por conta da neozelandesa Niki Caro que cuidou muito bem para definir o cenário da vida de Mulan. Nós a conhecemos como uma jovem precoce que é claramente diferente de sua irmã mais nova. Ela é muito próxima de seu pai, que aprecia todas as coisas que a tornam tão única, mesmo tendo que dar a notícia de que a sua missão será se casar um dia. Pode ter sido uma conversa pesada e clichê, mas o momento de ternura entre pai e filha repousa sob o peso reconfortante de que ambos sabem que essa é uma expectativa injusta. Com a passagem do tempo, já vemos Mulan mais velha e indo ao encontro da sua futura sogra em uma cerimônia do chá cheio de tradição. Seu rosto está pintado, está com um quimono tradicional, seu cabelo longo e esvoaçante está amarrado em um nó no topo da cabeça, e ela se arrasta até a casa da casamenteira para o chá. A tolice da cena não é zombar dessas tradições antigas, mas retratar a falta de apego de Mulan tem aos costumes que exigiriam que ela se tornasse uma boneca pintada e julgada por seu valor conjugal. A diretora encontrou um delicado equilíbrio entre a importância da tradição e a necessidade que alguns têm de se livrar dela. A atriz chinesa Yifei Liu se apresenta como uma protagonista firme, que raramente revela suas verdadeiras emoções sobre qualquer coisa, e certamente nunca quando alguém está por perto para ver. É uma característica rara que as mulheres conseguem retratar, já que os “tipos fortes e calados” geralmente são atribuídios aos homens. Yifei Liu faz isso com um nível de graça e dignidade que nunca nos deixa questionando se Mulan tem sentimentos, apenas quais eles são. A talentosa atriz é cativante e captura o espírito de “Mulan” cm grandes nuances. Além Yifei Liu, estão no elenco Donnie Yen, Li Gong, Jet Li, Tzi Ma, Rosalind Chao, Jason Scott Lee, entre outros. Um elenco espetacular com performances bem marcantes. Jason Scott Lee, que interpreta Böri Khan, está claramente se divertindo com a oportunidade de fazer um vilão completo e com muito charme. Gong Li, que interpreta o falcão/bruxa Xianniang, também está abraçando um dos papéis mais complicados do filme, que tem uma boa evolução baseada em seus encontros com “Mulan”. Jet Li está quase que irreconhecível como o Imperador. Tzi Ma também continua a se dar bem em interpretar pais chineses em conflito. “Mulan” é um bom filme, agradável, mas, infelizmente não é o meu favorito live-action. Não sei, mas acho que perdeu um pouco do encanto para mim por causa de algumas atualizações feitas na história... claro que teve algumas necessárias para ser mais respeitoso e capturar a beleza das tradições chinesas.