Guia da eleição nos EUA
Diferentemente do Brasil, onde há várias siglas importantes, nos Estados Unidos o sistema político é dominado por apenas dois grandes partidos: Democrata e Republicano.
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump venceu as primárias presidenciais republicanas de New Hampshire, que ocorreram na terça-feira, 23. Foi a segunda disputa estadual para escolher o candidato do partido para as eleições de novembro.
Com quase 90% dos votos apurados, o ex-presidente tem 12 pontos de vantagem sobre sua última rival remanescente, Nikki Haley, ex-governadora da Carolina do Sul.
Segundo Anthony Zurcher, correspondente da BBC na América do Norte, a primária em New Hampshire era a "melhor chance" de Haley para conter a corrida de Trump rumo à disputa presidencial, já que algumas pesquisas indicavam queda na posição de liderança dele no Estado — embora o ex-presidente ainda fosse o franco favorito.
A campanha de Haley contava também com uma parcela significativa de eleitores independentes e de republicanos moderados no Estado.
"Haley gastou dezenas de milhões de dólares aqui, mas os eleitores independentes e a grande parcela de estudantes universitários não foram suficientes para lhe render a vitória", escreveu Zurcher.
Os democratas também realizaram primárias no Estado, onde Joe Biden venceu — mesmo que seu nome não estivesse nas cédulas, por conta de uma discordância sobre a data das prévias. Seus eleitores precisaram escrever o nome do presidente à mão.
Esta foi a segunda prévia da temporada de primárias nos Estados Unidos, na qual serão definidos os candidatos que disputarão a Presidência na eleição de 5 de novembro.
Na semana passada, Trump venceu com folga as primeiras prévias do Partido Republicano no Estado de Iowa, historicamente o primeiro a votar.
Trump obteve 51% dos votos, contra 21% de DeSantis e 19% de Haley. Ninguém havia vencido uma disputa no Iowa por mais de 12 pontos de diferença para o segundo candidato antes.
O resultado mostrou que, apesar de ser alvo de diversas ações judiciais e de tentativas de barrar seu nome das cédulas de votação - cujo desfecho vai depender da Suprema Corte do país -, Trump continua disparado na frente na corrida para conquistar a nomeação republicana.
Após a vitória esmagadora do ex-presidente em Iowa, Ron DeSantis desistiu da corrida à Presidência e anunciou na segunda-feira (22) que apoiará Trump.
Na votação geral, várias pesquisas mostram o ex-presidente republicano empatado ou até à frente de Joe Biden — o presidente democrata que deve ter seu nome confirmado para concorrer à reeleição.
Apesar de pesquisas de opinião indicarem que muitos democratas gostariam que o partido fosse representado por outro nome, os demais pré-candidatos até agora não oferecem ameaça a Biden.
As eleições presidenciais americanas, realizadas a cada quatro anos, são um processo longo e complexo, que começa quase dois anos antes da votação, quando pré-candidatos costumam formar comitês exploratórios para analisar suas chances na disputa e arrecadar fundos para a campanha.
Diferentemente do Brasil, onde há várias siglas importantes, nos Estados Unidos o sistema político é dominado por apenas dois grandes partidos: Democrata e Republicano.
Candidatos de agremiações menores ou independentes podem concorrer, mas não costumam ter chance.
O sistema eleitoral americano é descentralizado, a cargo de cada um dos 50 Estados. O calendário de prévias se estende até o meio do ano, quando os escolhidos para representar cada partido terão seus nomes oficializados em convenções nacionais.
Texto: BBC News Brasil.