Ações climáticas atuais são insuficientes, diz ONU

Projeta-se que, até 2030, as emissões estarão 2% abaixo dos níveis de 2019, destacando que o pico das emissões globais ocorrerá nesta década.

Por POR | ARLAINE CASTRO

Divulgado antes da COP28, relatório da ONU sobre mudança climática conclui que os planos nacionais de ação climática continuam insuficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius.

Se as metas nacionais mais recentes forem implementadas, os compromissos atuais aumentarão as emissões em cerca de 8,8%, em comparação com os níveis de 2010.

Também divulgado na terça-feira (14), o relatório sobre estratégias de longo prazo mostra que as emissões de gases de efeito estufa podem ser cerca de 63% menores em 2050 do que em 2019, se os compromissos nacionais forem totalmente implementados no prazo.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que é hora de uma "supernova" de ambição climática em todos os países, cidades e setores, alertando que "progresso de centímetro a centímetro não será suficiente".

Para o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática, Simon Stiell, "É hora de mostrar os enormes benefícios de uma ação climática mais ousada".

Novo relatório da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática conclui que os planos nacionais de ação climática continuam insuficientes para limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius e cumprir as metas do Acordo de Paris.

Mesmo com o aumento dos esforços de alguns países, o relatório divulgado na terça-feira mostra que ações contundentes são necessárias agora para reduzir a trajetória das emissões mundiais e evitar os piores impactos da mudança climática.

O relatório tem como objetivo informar a próxima rodada de planos de ação climática previstos pelo Acordo de Paris (conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou "NDCs"), que serão apresentados até 2025.

A Convenção-Quadro analisou as NDCs de 195 Estados-parte do Acordo de Paris, incluindo 20 NDCs novas ou atualizadas apresentadas até 25 de setembro de 2023.

Se as últimas NDCs disponíveis forem implementadas, os compromissos atuais aumentarão as emissões em cerca de 8,8%, em comparação com os níveis de 2010. Essa é uma melhora marginal em relação à avaliação do ano passado, que constatou que os países estavam em um caminho para aumentar as emissões em 10,6% até 2030, em comparação com os níveis de 2010.

Projeta-se que, até 2030, as emissões estarão 2% abaixo dos níveis de 2019, destacando que o pico das emissões globais ocorrerá nesta década.

"O relatório divulgado hoje mostra claramente onde o progresso está muito lento. No entanto, ele também apresenta a ampla gama de ferramentas e soluções apresentadas pelos países. Bilhões de pessoas esperam que seus governos peguem essa caixa de ferramentas e as coloquem em prática", disse Stiell.

As evidências científicas mais recentes compiladas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) indicam que as emissões de gases de efeito estufa precisam ser reduzidas em 43% até 2030, em comparação com os níveis de 2019. Isso é fundamental para limitar o aumento da temperatura a 1,5 grau Celsius até o final deste século e evitar os piores impactos da mudança climática, inclusive secas, ondas de calor e chuvas mais frequentes e severas. Para atingir o pico de emissões antes de 2030, "os elementos condicionais das NDCs precisam ser implementados."

Texto:

ONU: Ações climáticas atuais são insuficientes para limitar aumento da temperatura global.

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