Biden anuncia que EUA vai ampliar assistência militar à Ucrânia

Presidente americano amplia pacote com R$ 43,7 bilhões de assistência militar, que Zelenski diz ser crucial para vitória contra Rússia

Por Lara Barth

Biden em discurso pela Assembleia Geral da ONU na terça-feira (24)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou mais de US$ 8 bilhões (R$ 43,7 bilhões) em assistência militar para a Ucrânia nesta quinta-feira (26) para ajudar Kiev a "vencer esta guerra" contra a Rússia. Ele usou a visita do presidente Volodimir Zelenski a Washington para também afirmar que os EUA facilitarão o envio de armas de longo alcance para Kiev.

"Utilizaremos esta ajuda da forma mais eficaz e transparente possível para alcançar nosso principal objetivo comum: uma Ucrânia vitoriosa, uma paz justa e duradoura e segurança transatlântica", escreveu Zelenski nas redes sociais, antes de se reunir com Biden na Casa Branca.

A ajuda inclui o primeiro carregamento de uma bomba plana guiada com precisão chamada Joint Standoff Weapon, com um alcance de até 130 km. O míssil de médio alcance dá à Ucrânia uma grande atualização nas armas que utiliza para atacar as forças russas, permitindo que os ucranianos o façam a distâncias mais seguras.

Enquanto isso, o Kremlin afirmou nesta quinta (26) que a mudança na doutrina russa sobre o uso de armas nucleares, anunciada um dia antes pelo presidente Vladimir Putin, deve ser considerada "uma advertência" ao Ocidente, em um cenário de tensão desde o início da ofensiva na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

"Isto deveria ser considerado uma advertência específica", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov. "É um sinal que alerta estes países para as consequências de participarem em um ataque ao nosso país com diversos meios, não necessariamente nucleares", acrescentou.
Putin anunciou na quarta (25) a intenção de ampliar as normas da Rússia sobre o uso de seu armamento nuclear, o que permitiria utilizá-lo em resposta a um ataque aéreo "em massa”.

A proposta também permitiria a Moscou responder com armas nucleares contra Estados que recebam apoio de potências nucleares, uma referência clara à Ucrânia e aos seus aliados ocidentais. A União Europeia chamou de "imprudente e irresponsável" a decisão de Putin.

"Não é a primeira vez que ele está brincando com seu arsenal nuclear", disse aos jornalistas o porta-voz de política externa da UE, Peter Stano.

Fonte: Folha de SP