Após explosões de pagers, tensão e violência entre Hezbollah e Israel se agravam

O Hezbollah disparou mais de 100 foguetes contra Israel na manhã desta sexta-feira (20), após sofrer maior ataque aéreo desde o início da guerra

Por Lara Barth

Israel executa maior ataque aéreo contra o Líbano desde o início da guerra em Gaza

O grupo xiita libanês Hezbollah disparou cerca de 150 foguetes contra o norte de Israel nesta sexta-feira (20), um dia após as Forças Armadas israelenses executarem o maior ataque aéreo contra posições do grupo em solo libanês desde o começo da guerra em Gaza, há mais de 11 meses.

A situação na fronteira entre os dois países se degradou rapidamente após a detonação de milhares de pagers e walkie-talkies do movimento libanês, atribuído a uma ação secreta israelense — que não comenta o caso.

As Forças Armadas israelenses confirmaram que 60 projéteis foram lançados contra a cidade de Sefad, sendo parte deles abatida e o restante caindo em áreas abertas. Menos de 30 minutos após o primeiro ataque, uma segunda rajada de 70 foguetes foi detectada pelas autoridades, seguida pela terceira rajada. Não há relatos de feridos.

O líder do movimento libanês, Hassan Nasrallah, prometeu que Israel sofreria uma "punição justa" após a detonação de equipamentos de comunicação do grupo — uma ação que deixou 37 mortos e mais de 3 mil feridos. Enquanto o líder do grupo xiita fazia promessas de retaliação em um discurso televisionado, Israel lançou um ataque aéreo em larga escala, considerado o maior contra o vizinho do norte desde o início das hostilidades, contra 100 bases de lançamento de foguete no Líbano. O Exército israelense também afirmou ter destruído um depósito de armas da organização e prédios ligados à estrutura do grupo.

Rivais regionais e inimigos em outros confrontos, Israel e Hezbollah voltaram a trocar hostilidades após o início da guerra em Gaza. Antes dos disparos desta sexta-feira, o Hezbollah já havia assumido responsabilidade por pelo menos 17 ataques contra 14 alvos militares no norte de Israel na quinta-feira (19).

A ONU, os EUA e várias potências internacionais fizeram pedidos de moderação diante do receio de uma escalada de violência na região, enquanto o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião para esta sexta-feira (20).

Fonte: O Globo