Bombardeio de Israel atinge hospital em Gaza e deixa ao menos 500 mortos

Por Arlaine Castro

Bombas atingiram hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, na Faixa de Gaza, nesta terça-feira (17), segundo o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas.

Um bombardeio israelense matou pelo menos 200 pessoas no hospital Ahli Arab, na cidade de Gaza, na Faixa de Gaza, nesta terça-feira (17), segundo o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas.

Ainda não há um consenso sobre o número de mortos. O próprio Ministério da Saúde já deu números diferentes: inicialmente, o órgão afirmou em um comunicado que são 200, mas, em um segundo momento, o porta-voz da instituição Ashraf al-Qidra deu uma entrevista a uma TV e disse que são 500 mortos.

Já um porta-voz da Defesa Civil afirma que são 300 mortos. O chefe da Defesa Civil disse que as equipes sobrecarregadas e não estão conseguindo atender a emergência de forma adequada.

Tanto o Ministério de Saúde como a Defesa Civil são órgãos controlados por Hamas, que domina a Faixa de Gaza.

Muitos civis da cidade que não tinham onde dormir estavam se abrigando no hospital Ahli Arab. O Hamas afirma que a maioria dos mortos no hospital é de pessoas que estavam desabrigadas.

Se confirmado o número de 500 mortes, o ataque ao hospital al-Ahli será o mais mortal ataque aéreo promovido por Israel das cinco guerras travadas desde 2008.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto pelo ataque ao hospital. Para a Autoridade Palestina, o ataque ao hospital foi um massacre. A Autoridade Palestina é um grupo adversário do Hamas e não tem poder político na Faixa de Gaza.

Resgate de brasileiros

As cidades de Rafah e Khan Younes, onde brasileiros e refugiados que tentam deixar a Faixa de Gaza aguardam para conseguir sair, foram atingidas por bombardeios de Israel na madrugada desta terça-feira, 17.

Entre os civis que aguardam autorização para cruzar a fronteira com o Egito e deixar a região em segurança, estão um grupo de 32 pessoas que devem vir para o Brasil – 22 brasileiros, sete palestinos com visto temporário ou de autorização de residência no Brasil, e três palestinos parentes desses brasileiros.

Uma aeronave da Presidência da República enviada pelo Brasil aguarda em Roma, na Itália, a liberação para buscar o grupo que será repatriado.

O ataque – confirmado à CNN por fontes dos governos de Brasil, Israel, Palestina e Egito –, no entanto, deve dificultar a operação. Segundo interlocutores do governo brasileiro, a abertura da fronteira com o Egito, para que os brasileiros e demais estrangeiros deixem a área, deve ficar ainda mais difícil depois do novo bombardeio.

Do lado israelense, o entendimento também é de que a passagem dos civis pelo local neste momento ficou ainda mais complicada. Ideia compartilhada por autoridades do Egito procuradas pela reportagem.
Dessa maneira, a embaixada do Brasil ainda não recomendou às pessoas que aguardam no sul de Gaza que deixem os abrigos onde estão e se desloquem para a fronteira com o Egito.

A aeronave brasileira que está em Roma aguardando a liberação das autoridades locais para prosseguir com a repatriação foi acionada com urgência na última quinta-feira (12) para a missão. A tripulação inclui um médico, um enfermeiro e um psicólogo, todos militares da Força Aérea Brasileira (FAB).

O tempo estimado de voo entre os aeroportos de Roma e do Cairo é de cerca três horas. Já o deslocamento por terra dos brasileiros, da fronteira até o aeroporto, pode levar aproximadamente sete horas.

Segundo o Itamaraty, veículos contratados estão a postos para fazer este trajeto assim que a passagem de Rafah, cidade na fronteira entre Gaza e Egito, for aberta.

Fonte: Reuters, G1 e CNN.