Médica é acusada de assassinato após morte de 40 pacientes em seis anos na Flórida

Uma ginecologista da Flórida enfrenta 50 acusações criminais, depois que os investigadores disseram ter descoberto que 40 de suas pacientes morreram em seis anos.

Elaine Sharp, de 72 anos, perdeu sua licença médica e é acusada de administrar uma “fábrica de pílulas” em seu consultório em Gulf Breeze, de acordo com o Departamento de Aplicação da Lei da Flórida. A agência anunciou sua prisão em 4 de outubro.

“Sabemos que essa rede de tráfico de drogas, liderada pela Dra. Elaine Sharp, era uma das principais responsáveis pelo fluxo de drogas ilegais em nossos bairros e até mesmo por atrair traficantes de drogas de todo o sudeste dos Estados Unidos que buscavam uma maneira fácil de obter essas drogas”, disse Chris Williams, agente especial encarregado da FDLE Pensacola, no comunicado.

Em junho, o Departamento de Saúde Pública da Flórida revogou a licença de Sharp para exercer a profissão, que consistia em ginecologia e uma clínica ilegal de remédios de controle de dor, que só aceitava dinheiro, disseram os investigadores em uma declaração oficial.

As autoridades policiais disseram que Sharp prescrevia opioides em excesso aos pacientes sem avaliar sua necessidade médica ou risco de abuso de substâncias e os “orientava” sobre o que dizer para poder prescrever os medicamentos.

De acordo com os investigadores, os farmacêuticos locais começaram a notar grandes quantidades de receitas escritas por Sharp, incluindo opiáceos e benzodiazepínicos prescritos em combinações perigosas. A situação chegou a tal ponto que algumas farmácias da região estabeleceram ordens “gerais” para não aviar nenhuma receita escrita por Sharp, disseram os investigadores. “Sharp estava ciente de que alguns de seus pacientes estavam morrendo de overdose”, disse a polícia.

Os investigadores disseram que acabaram descobrindo que cerca de 40 pacientes da clínica morreram de overdose de 2017 a 2023. Um funcionário da clínica disse aos investigadores que recebia telefonemas de familiares de pacientes preocupados com o fato de seu ente querido ser viciado e disse que Sharp continuava atendendo pacientes que estavam sendo investigados por delitos relacionados a drogas, segundo a polícia.

Alguns pacientes estavam tomando as pílulas prescritas por conta própria, enquanto outros vendiam as pílulas e encaminhavam outras pessoas para o consultório de Sharp, segundo a polícia. Onze outras pessoas foram acusadas em conexão com o caso, de acordo com o FDLE.

As acusações de Sharp no Condado de Santa Rosa incluem duas acusações de assassinato, homicídio culposo, conspiração para cometer extorsão, prescrição ilegal para ganho monetário, prescrição ilegal sem necessidade médica, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro superior a US$ 100.000.

Fonte: Miami Herald