Flórida começa a avaliar danos após a passagem do furacão Milton

Já no oceano Atlântico, Milton foi rebaixado para um ciclone pós-tropical

Por Lara Barth

Rastro de destruição de Milton teve início antes mesmo de sua chegada ao solo

A passagem do furacão Milton, que atingiu o solo da Flórida (EUA) na noite de quarta-feira (9), deixou pelo menos dez mortos, segundo autoridades locais.

Antes mesmo de tocar o solo, a aproximação de Milton à Flórida já havia causado estragos. Houve diversos relatos de tornados relacionados à tempestade, que destruíram casas e derrubaram árvores.

Pelo menos 38 tornados foram relatados em toda a Flórida na quarta-feira. Houve 126 alertas de tornado emitidos no sul da Flórida — o maior número registrado para o estado e o segundo maior para qualquer estado americano em um único dia.

Ruas ficaram alagadas e mais de 3,2 milhões de imóveis estavam sem energia em todo o estado. Mais de 50.000 eletricistas foram pré-estabelecidos em toda a Flórida para restaurar a eletricidade, disse o governador Ron DeSantis.

Quando tocou o solo, por volta das 21h30 de quarta-feira, Milton tinha ventos de até 205 km/h, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). O furacão tinha 683 km de diâmetro e se movimentava a 27 km/h. A altura máxima das ondas de tempestade registradas foi de 3,9 metros.

Nos dias antecedentes à chegada do furacão, 15 condados estiveram sob ordem obrigatória de evacuação, movimentando 7,3 milhões de residentes na Flórida sob ordem de retirada compulsória. 150 mil abrigos foram abertos por todo o estado, somando 200 mil vagas.

Às 23h50, as rajadas estavam na casa de 165 km/h. Por volta das 2h desta quinta-feira (10), os ventos estavam em 145 km/h e o furacão havia sido rebaixado para a categoria 1. Já no oceano Atlântico, Milton se enfraqueceu ainda mais e se tornou um ciclone extratropical.

5,3 mil soldados da Guarda Nacional foram mobilizados para se juntarem aos esforços de recuperação após a passagem de Milton. Novas vítimas devem surgir ao longo dos próximos dias enquanto a busca por desaparecidos segue a todo vapor.

As autoridades pedem que as pessoas continuem em seus abrigos até receberem confirmação oficial de que estão seguras. O ciclone ainda pode afetar o clima no sudeste e costa leste do estado pelos próximos dias.

Os momentos após a passagem da tempestade são perigosos e delicados. Novas enchentes e possíveis perigos relacionados à retirada de escombros ainda podem representar riscos para os civis.

A Flórida, o terceiro estado mais populoso dos EUA e destino turístico frequente, está acostumada com furacões, mas, segundo os cientistas, as alterações climáticas desempenham um papel crucial na rápida intensificação dos furacões, cada vez mais poderosos. As superfícies oceânicas mais quentes libertam mais vapor de água, dando mais energia às tempestades e intensificando seus ventos.

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Fonte: O Globo, CBS, ABC