Na primeira semana de aula do ano letivo, um vídeo viralizou. Uma câmera de segurança capturou um homem saindo de uma SUV branca e corre atrás de um grupo de crianças que brincava no jardim em frente à casa de um deles. A mãe, escutando a comoção do lado de fora, vai verificar o que está acontecendo. Nesse momento, o homem volta para dentro do carro. Nenhuma criança se machucou.
O incidente acendeu um alerta: é preciso zelar pela segurança das crianças. E organizações como a National Center For Missing and Exploited Children (NCMEC) urgem aos responsáveis que permaneçam atentos, mas, além disso, orientem seus filhos corretamente sobre como agir em uma situação de perigo.
Em seu relatório "Uma Análise de 10 anos de Tentativas de Sequestro e Incidente Parecidos", o NCMEC afirma que as tentativas de sequestro ocorrem com mais frequência na rua, enquanto as crianças estão brincando, andando de bicicleta ou caminhando para a escola. Apesar de a força física ser um método comum, muitos infratores podem usar argumentos para convencer a criança a ir para outro lugar.
Uma mãe de duas crianças de 13 e 15 anos, moradora de Boca Raton, conta que, quando não está com os filhos, pede que eles mandem a localização por telefone celular.
"Eu comento casos que acontecem de pessoas desaparecidas e digo pra não falarem com pessoas que não são do nosso convívio", explica, "falo pra não caírem em conversa de que tem jogador de futebol no carro ou que é para conhecer um cachorrinho, porque são assuntos que atraem as crianças."
Algumas dicas de prevenção são: conheçer os trajetos que seus filhos fazem, especialmente para a escola, e percorrer as rotas com eles para que você possa apontar os locais que eles devem evitar, ou onde eles podem pedir ajuda. Você deve conversar com a escola ou a creche de seu filho e deixar claro que ninguém pode buscá-lo sem sua permissão. Use cenários de dramatização - peça a elas que gritem, chutem, e corram quando forem agarradas ou abordadas por alguém que não conhecem. Explique sobre os métodos que possíveis sequestradores usam, ensine a responder dizendo "não" e contando imediatamente a um adulto de confiança.
"No Brasil o perigo é assalto, roubo, precisamos estar atentos o tempo todo em todos os lugares", conta a mãe, que preferiu não se identificar por questões de segurança. "Aqui nos EUA, as pessoas desaparecem da porta de casa e ninguém sabe o que aconteceu. Eu não deixo meus filhos sozinhos nem dentro do condomínio, porque não me sinto segura, já que não é comum conhecermos nossos vizinhos.
Outra questão importante é o uso da internet. Somente nos últimos três anos, o NCMEC registrou um aumento de 300% nos relatos de aliciamento online. Ensine as crianças a identificar esses sinais, e, o mais importante, garanta que elas saibam que podem contar com você. Dessa maneira, não terão problemas em pedir ajuda caso estejam em uma situação de perigo.
