Brasileiros nos EUA mostram união em prol do Rio Grande do Sul

Além da Flórida, há grupos de voluntários também em Massachusetts, Nova York, New Jersey, Utah, Texas, Califórnia, Las Vegas e em outros lugares.

Por Arlaine Castro

As doações chegam de diversas partes dos EUA e são juntadas em Miami, de onde partem para o Brasil por via aérea pela LATAM Airlines, Azul e Bringer Air Cargo, além de por via marítima.

A comunidade brasileira na Flórida e em outras partes dos Estados Unidos tem mostrado união nesse momento de necessidade dos compatriotas no Brasil. Toneladas de doações já foram arrecadadas e enviadas ao Rio Grande do Sul e outras estão sendo preparadas.

Além da Flórida, há grupos de voluntários também em Massachusetts, Nova York, New Jersey, Utah, Texas, Califórnia, Las Vegas e outros estados. Roupas e objetos são separados em centros de triagem enquanto outros voluntários buscam as doações porta a porta. Assim, os brasileiros estão mostrando o que é ser uma comunidade mais unida no exterior.

O Itamaraty, em trabalho conjunto com o Consulado Geral do Brasil em Miami, a Associação Brasileira de Profissionais de Logística nos EUA (ABPL, da sigla em inglês) e outros órgãos, anunciou a logística de envio via redes sociais.

A carga enviada dia 19 em voo pela Latam e Azul já está sendo separada e distribuída no sul do Brasil, segundo Helio Coelho, co-fundador da ABPL. "Temos um pessoal no destino ajudando", disse.

Ao Gazeta News, Coelho explicou como tem sido a logística e organização das doações dos EUA ao Brasil, enviadas pela LATAM Airlines, Azul e Bringer Air Cargo, além de por via marítima em contêineres.

"Quando começou a necessidade pela tragédia no Rio Grande do Sul, resolvemos unir nossas expertises e fazer esse processo de exportação para dar uma força para as comunidades brasileiras espalhadas pelos EUA que já estavam arrecadando itens para o Brasil. O trabalho em conjunto tem dado resultado. Implementamos o processo que chamamos de "Torre de Controle", que faz o contato com os grupos em várias áreas do país", afirma.

Doações de serviços 100% voluntários

Coelho destaca a ajuda de voluntários de diversos setores e serviços, detalhando: Maersk (containers), Gzuz Delivery (caminhoes),On Fleek Delivery (Caminhoes), Confianca Moving (armazem), Draco Logistics (Armazem), New Logus (Armazem), FocusCargo (Armazem), Servicos de Frete Astral (Armazem), FAM Cargo (Armazem). "Também o apoio muito ativo do Consulado Geral de Miami e Consulado Geral de Los Angeles", destaca.

"O que estamos fazendo é trabalhando para buscar outros parceiros, outras empresas que possam auxiliar nessa parte do transporte de caminhão para trazer as arrecadações até Miami e daqui fazermos o embarque marítimo. Conseguimos a parceria da Maersk, companhia de navegação, que vai levar até o sul do Brasil", aponta.

Três contêineres já foram embarcados para o Brasil, além do voo da Azul e outro da Latam no último final de semana. Estamos planejando os próximos embarques. Mas, por enquanto, as arrecadações estão pausadas devido ao grande volume já recebido e a prioridade para o escoamento das doações.

"Nesse momento, estamos com um volume grande para escoar para o Brasil e pausamos as doações. Estamos trabalhando na parte da logística para ver quantos contêineres vamos conseguir. Estamos falando não só da Flórida, mas de vários pontos do país", completa.

A saída dos contêneires está concentrada em Miami, segundo ele, pela facilidade de logística para o embarque pelas empresas que estão ajudando no momento trabalharem no porto de Miami.

Empresários, diplomatas, líderes comunitários: todos estão envolvidos no objetivo de ajudar.

"Realmente, a união e iniciativa dos brasileiros em diversos estados fizeram a diferença nesse momento. Os grupos acabaram se unindo e temos grupos no whatsapp somente para isso. Todos estão trabalhando com o mesmo objetivo de ajudar os moradores do Rio Grande do Sul. A participação de empresários também tem feito muita diferença. Muitos cederam funcionários para serem voluntários e caminhões para ajudar na triagem e transporte dos produtos dos pontos de coleta até o armazém central onde é feita a "estufagem do material" para dentro do conteiner. Tudo tem sido feito de forma voluntária", ressalta.